07/Fev/2023
Os futuros de milho fecharam em leve alta nesta segunda-feira (06/02) na Bolsa de Chicago. Os ganhos foram sustentados pelo fortalecimento do petróleo, que melhora a competitividade relativa do etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. O vencimento março do cereal ganhou 1,50 cent (0,22%), e fechou a US$ 6,79 por bushel. Anúncios de vendas avulsas dos Estados Unidos também deram algum suporte aos preços. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores relataram vendas de 211,8 mil toneladas de milho com entrega prevista para o ano comercial 2022/2023, sendo 111,8 mil toneladas para o Japão e 100 mil toneladas para o México, e de 100 mil toneladas com entrega durante o ano comercial 2023/2024 para o México. O mercado também foi influenciado pelo atraso no plantio da 2ª safra de 2023 no Brasil.
Segundo a AgRural, produtores tinham semeado 12% da área prevista para o Centro-Sul do País até o dia 2 de fevereiro, contra 5% na semana anterior e 24% um ano antes. Apesar de atrasado, Mato Grosso segue na liderança entre os Estados, seguido de longe por Goiás e Paraná. Ainda não há grande preocupação com a janela de plantio, já que os produtores têm capacidade de acelerar o plantio assim que as condições climáticas melhorem. Mas, é preciso que as chuvas diminuam logo. No caso do milho safra de verão (1ª safra 2022/2023), 10% da área no Centro-Sul está colhida, contra 18% em igual período do ano passado. O avanço do dólar ante o Real, que tende a estimular as exportações brasileiras, limitou a alta. O Brasil vem exportando grandes volumes de milho e afetando a demanda pelo grão norte-americano.
O USDA informou que 480.205 toneladas de milho foram inspecionadas para embarque em portos do país na semana até 2 de fevereiro, queda de 11,56% ante a semana anterior. No ano comercial corrente, as inspeções somam 12,5 milhões de toneladas, quase 33% menos do que em igual período do ciclo anterior. Investidores também aguardam o relatório mensal de oferta e demanda do USDA, que será divulgado nesta quarta-feira (08/02). De acordo com analistas, a estimativa para a safra argentina será reduzida de 53 milhões de toneladas para 48,1 milhões de toneladas. A produção do Brasil deverá ser elevada de 125 milhões de toneladas para 125,3 milhões de toneladas. Segundo a Marex, o USDA deverá finalmente reduzir sua estimativa de uso de milho para fabricação de etanol nos Estados Unidos. O número está em 134 milhões de toneladas desde outubro.