08/Fev/2023
Os futuros de milho fecharam em baixa nesta terça-feira (07/02) na Bolsa de Chicago, refletindo a concorrência do grão brasileiro no mercado internacional. O Brasil vem exportando grandes volumes e afetando a demanda pelo cereal dos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 480.205 toneladas de milho foram inspecionadas para embarque em portos norte-americanos na semana até 2 de fevereiro, queda de 11,56% ante a semana anterior. No ano comercial corrente, as inspeções somam 12,5 milhões de toneladas, quase 33% menos do que em igual período do ciclo anterior. O vencimento março do grão caiu 5,00 cents (0,74%), e fechou a US$ 6,74 por bushel.
Em janeiro, o USDA reduziu sua estimativa de exportações dos Estados Unidos no ano comercial 2022/2023 para 48,90 milhões de toneladas, o menor nível em três anos. As vendas e exportações até agora correspondem a menos de 50% do volume projetado. As perdas foram limitadas pelo atraso no plantio da 2ª safra de 2023 no Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o plantio no País alcançou 10,7% da área projetada até o dia 4 de fevereiro. Na comparação com igual período do ano anterior, há atraso de 11,7%. A implantação da 2ª safra de 2023 começou em Mato Grosso (que lidera os trabalhos de campo, com 19,8%), Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
O fortalecimento do petróleo, que melhora a competitividade relativa do etanol, também impediu uma queda mais acentuada dos preços. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. Quanto ao relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado nesta quarta-feira (08/02), a expectativa de analistas é de que a estimativa de estoques finais nos Estados Unidos seja elevada para 32,11 milhões de toneladas. A estimativa para a safra argentina será reduzida de 53 milhões de toneladas para 48,1 milhões de toneladas, enquanto a produção do Brasil deverá ser elevada de 125 milhões de toneladas para 125,3 milhões de toneladas.