27/Fev/2023

Os futuros de milho fecharam em baixa na sexta-feira (24/02) na Bolsa de Chicago, influenciados pelo desempenho do trigo. Os dois grãos tendem a se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. O avanço do dólar ante o Real, que tende a estimular as vendas externas brasileiras, também pressionou as cotações. O Brasil vem embarcando grandes volumes e afetando a demanda pelo grão norte-americano. Segundo a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), o País deve exportar 1,911 milhão de toneladas de milho em fevereiro. O vencimento maio do grão perdeu 10,00 cents (1,52%), e fechou a US$ 6,49 por bushel. Na semana passada, acumulou desvalorização de 4,17%.

Estimativas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no dia 23 de fevereiro, durante o Fórum de Perspectivas Agrícolas, também pesaram sobre os contratos. O USDA projetou a área de milho em 2023/2024 em 36,83 milhões de hectares, aumento de 2,7% ante a temporada 2022/23. A produção nos Estados Unidos deve alcançar 383,18 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, aumento de 9,83% e, se realizada, a segunda maior produção já registrada no país. A produtividade deve aumentar 4,73%. Os estoques finais foram estimados em 47,93 milhões toneladas, aumento de 8% ante o ciclo anterior. O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos venderam 823,2 mil toneladas de milho da safra 2022/2023 na semana encerrada em 16 de fevereiro. O resultado representa queda de 20% ante a semana anterior e de 30% em relação à média das quatro semanas anteriores.

Para 2023/2024, foram vendidas 25,5 mil toneladas. As vendas totais vieram dentro das estimativas, que iam de 600 mil a 1,4 milhão de toneladas. Uma menor estimativa para a safra da Argentina impediu uma queda mais acentuada das cotações. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires cortou sua projeção de 44,5 milhões de toneladas para 41 milhões de toneladas. Os rendimentos verificados nas lavouras de milho precoce estão abaixo das expectativas iniciais, assim como a produtividade esperada para os núcleos Norte e Sul. A parcela da safra de milho em condição boa ou excelente diminuiu de 11% para 9%. A parcela em condição normal passou de 44% para 40%. O porcentual em condição regular ou ruim aumentou de 45% para 51%. Também limitaram as perdas as chuvas previstas para o Centro-Sul do Brasil, que podem atrasar o plantio do milho 2ª safra de 2023.