01/Mar/2023
Os futuros de milho fecharam em baixa pela quinta sessão consecutiva nesta terça-feira (28/02) na Bolsa de Chicago, refletindo as fracas exportações dos Estados Unidos. Segundo dados publicados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 572.622 toneladas de milho foram inspecionadas para exportação em portos norte-americanos na semana até 23 de fevereiro, queda de 8,20% ante a semana anterior. No ano comercial corrente, o volume inspecionado é de 14,3 milhões de toneladas, 38% menor do que o verificado em igual período do ciclo anterior.
Essa redução se deve em parte à concorrência do Brasil, que vem embarcando grandes volumes e afetando a demanda pelo cereal norte-americano. O vencimento maio perdeu 13,25 cents (2,06%), e fechou a US$ 6,30 por bushel. Em cinco sessões, a perda acumulada é de 7,32%. A perspectiva de uma safra volumosa nos Estados Unidos em 2023/24 também pressionou as cotações. No Fórum de Perspectivas Agrícolas, o USDA projetou a área de milho em 36,83 milhões de hectares, aumento de 2,7% ante a temporada 2022/2023. A produção nos Estados Unidos deve alcançar 383,18 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, aumento de 9,83% e, se realizada, a segunda maior produção já registrada no país.
A produtividade deve aumentar 4,73%. O bom avanço do plantio do milho 2ª safra de 2023 no Brasil também influenciou os negócios. A AgRural informou que os trabalhos alcançaram, no dia 23 de fevereiro, 55% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, com bom avanço sobre os 40% da semana anterior. Mesmo assim, ainda há atraso em relação aos 63% de um ano atrás. As perdas foram limitadas pelo avanço do petróleo, que melhora a competitividade relativa do etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho.