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28/Mar/2023

Expectativa sobre exportações brasileiras em 2023

A ADM prevê que suas exportações de milho a partir do Brasil em 2023 podem ser 5% a 15% maiores do que no ano anterior. A estimativa leva em conta a perspectiva de uma 2ª safra de 2023 acima da observada na temporada passada. A empresa estima produção dda 2ª safra de 2023 de 5% a 10% superior no Brasil se o clima ajudar. A safra foi plantada em uma janela boa, mas de risco maior, com as lavouras do cereal semeadas mais tarde dependendo da ocorrência de chuvas em abril e maio. Do lado da demanda, após a queda na produção da Argentina por causa da seca e na Ucrânia em consequência da guerra, o Brasil tem oportunidade de exportar mais até outubro, antes da entrada da safra norte-americana 2023/2024.

Existe uma demanda mundial que poderia absorver uma exportação maior do Brasil. O País pode ocupar lacuna deixada por Argentina e Ucrânia principalmente no fornecimento ao Oriente Médio e Japão, além da China, mercado aberto para o milho brasileiro no segundo semestre do ano passado. A China está sendo uma nova porta de demanda. No caso da China, contudo, estão sendo discutidas internamente questões pontuais de qualidade. Para boa parte dos mercados de exportação existe um nível de tolerância para a presença de ervas daninhas em cargas, mas o protocolo de exportação para a China indica que não pode haver a presença de 18 delas.

Enquanto a China fala em ausência, boa parte dos outros destinos fala em tolerância. A alternativa à segregação de cargas, que elevaria o custo da exportação, seria a negociação do governo brasileiro com o governo chinês da adoção de um percentual de tolerância. Para 2023, a perspectiva é de que a China represente de 2% a 5% das exportações do Brasil. A partir de 2024, esse percentual pode subir para 5% a 10% se a questão for solucionada. Com os atrasos na soja, a virada da oleaginosa para o milho nos corredores de exportação tende a ser mais lenta entre o fim de junho e o início de julho. E, como há uma tendência de aumento de exportação de soja se comparado com 2022, será uma concorrência um pouco mais forte, um estresse nos corredores até maior do que em 2022, quando já houve essa situação.

Talvez ocorra um terceiro e quarto trimestres de fluxos de exportação tão grandes ou até maiores do que os de 2022. A comercialização de milho está mais lenta do que o normal para a época, com produtores esperando que os preços em Reais possam reagir durante a colheita. Esse atraso aproxima os períodos de orçamento e contratação do frete rodoviário, diminuindo o risco de descasamento expressivo entre o previsto e o realizado, como ocorreu no ano passado. Por outro lado, é preciso ir garantindo capacidade de execução, especialmente nos corredores que envolvem ferrovias e hidrovias.

Isso gera um desafio, porque as empresas precisam tomar alguns riscos, se vão tomar essa capacidade ou não nos corredores em que normalmente exporta. O produtor deve acabar negociando volumes maiores durante a colheita. Se produtor brasileiro não vende volume suficiente que permita que as empresas façam a compra e gerem a venda na exportação, o Brasil perde janelas de oportunidade de exportar, outros países vão ocupar esse espaço no mercado internacional, deixando mais produto no mercado doméstico, fazendo com que os preços internos fiquem pressionados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.