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12/Mai/2023

Safra recorde impactará na rentabilidade do milho

Com a colheita da 2ª safra de milho de 2023 do Brasil prevista para começar no início do próximo mês, as estimativas de um recorde na produção total na temporada 2022/2023 estão se consolidando. Pesquisa da Reuters indica crescimento de 12% ante o ciclo passado, para 126,7 milhões de toneladas. A estimativa média, com base em avaliações de 13 analistas e instituições de pesquisa de safra, ficou quase estável na comparação com a projeção de uma sondagem realizada com praticamente as mesmas fontes em março. Isso apesar de uma redução na previsão de área plantada, por conta do atraso no plantio da 2ª safra de 2023, o que indica produtividades em alta devido ao clima favorável. A S&P Global Commodity Insights aumentou em 2 milhões de toneladas a previsão do milho 2ª safra de 2023 no início de maio, refletindo condições muito boas de lavouras na Região Centro-Norte do País, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, apesar de um plantio atrasado.

Até o momento as condições estão muito boas e há potencial de produtividades até maiores. A Datagro lembrou que houve uma redução na expectativa de área plantada no milho 2ª safra de 2023 em alguns Estados, como Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, por conta do atraso na colheita da soja, o que levou a consultoria a diminuir seus números. Mas, o clima está favorável. As condições gerais das lavouras que foram implantadas são positivas. Mesmo diante de boas condições, a AgRural sinaliza que o número final ainda dependerá de as condições climáticas seguirem favoráveis. Apesar do atraso, que foi maior no Paraná e em Mato Grosso do Sul, as lavouras de milho estão com ótimo potencial produtivo em todos os Estados produtores. Porém, para que esse número se confirme ou seja superado é preciso que chuvas continuem ocorrendo em maio e até junho em áreas mais tardias.

As temperaturas também precisam ser favoráveis na Região Sul. Ainda assim, se eventualmente ocorrerem geadas em Mato Grosso do Sul e no Paraná, boa parte das lavouras já deverá estar em fases menos suscetíveis. A consultoria Pátria AgroNegócios elevou a previsão de produtividade média da 2ª safra de 2023 para cerca de 5.700 quilos por hectare, o que seria um crescimento de 8,6% na comparação com a safra passada. Com isso, a projeção da 2ª safra de 2023 indica volume acima de 97 milhões de toneladas. Na mesma linha, está a HedgePoint Global Markets. Para 2ª safra de 2023, a previsão era de 94,4 milhões de toneladas nos últimos dois meses e, neste mês, foi atualizada para 95,5 milhões. A razão pelo ajuste são boas condições climáticas e de safra reportadas no Mato Grosso e Goiás, principalmente.

Com uma safra recorde, as margens dos produtores estão mais apertadas, uma vez que os preços no mercado interno oscilam nos menores níveis em quase três anos, o que de outro lado beneficia a indústria de carnes, que tem redução de custos com a ração. Mas, o produtor vai ter de obter boas produtividades para garantir alguma rentabilidade com o milho 2ª safra de 2023. Segundo a AgRural, nos últimos 30 dias os preços do milho 2ª safra de 2023 (com entrega a partir de junho) tiveram queda ao redor de R$ 15,00 por saca de 60 Kg na maioria das regiões. Expectativa de uma boa safra entrando no mercado daqui algumas semanas e baixo índice de comercialização deixa a ponta compradora mais confortável em esperar o milho novo chegar, e comprar apenas lotes pequenos no mercado para suprir sua necessidade momentânea. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.