27/Oct/2023
Com divergência de preços entre compradores e vendedores, poucos negócios são reportados no mercado spot do milho. Os produtores esperam um avanço nos preços do grão para liberar lotes e seguem atentos no clima das regiões produtoras. Outro fator que pode travar mais as negociações, em função do encarecimento do frete, é a seca na Região Norte do País, que dificulta os embarques de milho pelo Arco Norte.
Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, há registro de negócios pontuais no spot a R$ 40,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 15 dias. O preço tem se mantido há um mês nesses patamares. A cotação está muito abaixo da expectativa dos produtores, que indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg em iguais condições. A logística tem limitado os negócios. Como o Brasil tem batido recordes de escoamento, os volumes estão muito concentrados, elevando o valor do frete. Para 2ª safra de 2024, os exportadores indicam US$ 6,30 por saca de 60 Kg FOB ou R$ 36,00 por saca de 60 Kg, para retirada em julho e pagamento em agosto. A indústria de etanol indica R$ 40,00 por saca de 60 Kg. Com o custo de produção considerado muito alto, o produtor nem sequer mostra preço.
No Paraná, na região de Cascavel, a indústria indica R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 ou 40 dias, mas os produtores desejam entre R$ 53,00 e R$ 55,00 por saca de 60 Kg, o que impede acordos. Como a expectativa é de que o Paraná diminua ainda mais a área do milho safra de verão (1ª safra 2023/2024), o vendedor tende a segurar o cereal para o ano que vem. Os produtores têm expectativa de preços mais altos na medida em que os estoques forem diminuindo e o milho for se tornando escasso. No momento, os compradores não veem nenhuma chance de chegarem perto das pedidas dos vendedores. Com distâncias de até R$ 6,00 por saca de 60 Kg, os compradores não fazem nenhum esforço pelas negociações.