30/Oct/2023
A seca na Região Norte do País mudou a logística do escoamento de milho nos portos. Como alguns rios da Bacia Amazônica estão nos menores níveis da história, muitos compradores estão optando por mandar mercadorias para portos da Região Sudeste. Segundo o Itaú BBA, o custo para transporte de grãos aos portos do Arco Norte aumentou, pois, se antes ele era feito por barcaças, agora acontece por caminhões, dobrando o valor da operação. Por isso muitas cargas estão migrando principalmente para o Porto de Santos (SP). A situação piorou neste ano porque os níveis dos rios da Bacia Amazônica passam por um período sazonal de baixa, agravado pelos efeitos do El Niño e do aquecimento do Atlântico Tropical Norte.
Além do impacto no escoamento, a falta de chuvas também pode provocar o recuo nos prêmios de exportação para o milho. Os prêmios do Arco Norte teriam um desconto maior diante dessa dificuldade logística momentânea. Mas, isso deve acontecer de forma localizada e não terá um reflexo para o preço do milho no Brasil, por exemplo. Com a dificuldade para enviar mercadorias à Região Norte do País, a demanda por fretes diminuiu, assim como os preços, destacou a Esalq-Log. Os valores de Sorriso (MT) para Itaituba (PA) passaram de R$ 302,98 por tonelada em setembro, para R$ 276,64 por tonelada neste mês.
Apesar dessa nova dinâmica para a logística do milho, o Itaú BBA, não acredita que o Brasil terá dificuldades para embarcar as 55 milhões de toneladas previstas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para este ciclo. As vendas acontecerão normalmente, apesar de o tempo de espera para o embarque no Porto de Santos ter subido de 9 dias no começo deste mês para 16 dias atualmente. No acumulado do ano até setembro, o Brasil já exportou 28 milhões de toneladas, e outras 9 milhões deverão ser embarcadas neste mês. As exportações vão testar a capacidade de operação do Porto de Santos, mas o produto não deixará de sair, por isso a exportação deve ser recorde.
Segundo a Associação de Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), os grãos, que são escoados pelo Rio Madeira ou Tapajós, continuam a ir para os portos do Arco Norte sem maiores transtornos. Com a queda no calado do rio, as barcaças tiveram que passar com 50% menos peso pelo Rio Madeira e 40% menos no Rio Tapajós. Mas, nos últimos dias, ambos os rios já subiram 70 centímetros. As empresas que se programaram entram e saem dos portos. Agora, quem não fez medição de altura dos rios ou quis passar navios maiores, não conseguiu. O Itaú BBA destacou ainda que as chuvas na Região Norte do Brasil devem seguir abaixo da média até janeiro de 2024. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.