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22/Dec/2023

Preços do milho estão firmes com tendência de alta

A negociação de milho no mercado atual segue a passos lentos. A proximidade do fim de ano e as dificuldades logísticas de transporte dos lotes contribuem para essa situação. Além disso, a expectativa em relação à safra de milho para o período 2023/2024 também influencia as movimentações. Atualmente, apenas lotes ocasionais são negociados. Grandes agroindústrias já relatam adquirir volumes para garantir o abastecimento até janeiro/fevereiro de 2024 ou para posições ainda mais longas. As vendas para exportação estão mais lentas. Os vendedores, por sua vez, mantêm o grão armazenado, aguardando possíveis novas altas de preços. Essas altas podem ocorrer de forma mais intensa, caso a safra de milho de inverno no Centro-Oeste seja afetada pelas condições climáticas.

No estado do Paraná, por outro lado, a previsão é de uma safra recorde de milho 2ª safra. A produção deve alcançar 14,4 milhões de toneladas em 2024. Esse volume representa um recorde e está 2% acima dos 14,1 milhões de toneladas de milho produzidos na safra anterior. A área cultivada permanecerá estável, ocupando 2,3 milhões de hectares. A semeadura já começou em alguns pontos do estado, e espera-se que o atraso na colheita de soja, que ocorreu na safra passada, não se repita no atual ciclo, propiciando maior rapidez no plantio. A manutenção da área indica um menor apetite de risco por parte dos produtores. Apesar da queda nos custos de plantio nos últimos meses, os preços do grão também cederam, o que inibiu os produtores de aumentar a área cultivada, mesmo com a perspectiva de uma janela mais favorável de plantio em 2024.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, a agroindústria local demanda bons volumes de milho no mercado spot nesta semana. O preço por saca FOB é de R$ 50, com retirada prevista para janeiro e pagamento no fim de fevereiro. O preço médio para embarque imediato varia entre R$ 47 e R$ 48 por saca FOB, com retirada e pagamento imediatos. Os produtores, no entanto, estão resistindo a vender no mercado spot em Campo Verde. A maioria deles busca obter entre R$ 53 e R$ 55 por saca para fechar negócios. A situação é influenciada pelo fato de os produtores terem espaço disponível para armazenar o milho, graças à presença de bastantes silos-bolsas na região. Além disso, a soja ainda não chegou em grandes volumes, o que mantém o mercado confortável.

Por outro lado, os agricultores têm expectativas de aumento nos preços do milho na virada do ano. Isso ocorre devido às incertezas relacionadas à safra de inverno do grão no Estado de Mato Grosso, cujo plantio será atrasado devido à seca que afetou a soja. Na região de Primavera do Leste, o preço é de R$ 45 por saca FOB, com retirada programada para julho e pagamento em agosto. Os produtores, de maneira geral, não mostram preço, mas os que mostram desejam no mínimo R$ 47 por saca para o mercado interno. Para exportação, as tradings indicam R$ 35 a R$ 36 por saca, com retirada em julho e pagamento em agosto, valor abaixo do mercado interno. O principal fator que limita as vendas é a incerteza sobre a área de milho de inverno a ser plantada no próximo ano.

Alguns produtores esperam colher a soja para decidir se plantarão milho. Há também aqueles que substituirão o milho por algodão, enquanto os que apostam no milho terão uma janela menor de plantio. Ainda há muita incerteza e falta de negócios. Em São Paulo, não há negociações nem referências de preços para o milho no spot. Lotes são negociados a R$ 70 por saca FOB em Assis, com entrega imediata e pagamento em 30 dias. A comercialização da safra 2024 também não tem movimentação. Os compradores não abrem os preços, com receio de inflacionar o mercado no momento em que a safra 2023 chega ao fim e com as incertezas em relação ao próximo ciclo.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.