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29/Jan/2024

Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

Enquanto os preços externos do milho voltam a reagir, os internos seguem em queda. No mercado internacional, o suporte vem de preocupações com as safras na América do Sul. Na Argentina, os agentes estão atentos ao tempo quente e seco e, no Brasil, às fortes chuvas em regiões produtoras de safra de verão (1ª safra 2023/2024), que podem prejudicar a qualidade do cereal, e à semeadura da 2ª safra de 2024, que pode registrar menor produção, devido à redução na área. Ainda assim, a alta externa é limitada pela baixa demanda internacional pelo cereal norte-americano e principalmente pelo elevado volume produzido nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que as vendas na semana encerrada em 18 de janeiro foram 24% menores que as da semana encerrada no dia 11 de janeiro. No Brasil, os preços chegaram a esboçar reação em meados da semana passada, influenciados por um pontual aquecimento na demanda, mas a retração compradora ainda é predominante, o que pesou sobre os valores, mesmo diante da possibilidade de menor oferta em 2024.

Os vendedores, por sua vez, priorizam os trabalhos de campo. Na Bolsa de Chicago, o contrato Março/2024 tem alta de 1,75% nos últimos sete dias, indo para US$ 4,51 por bushel. O contrato Maio/2024 apresenta valorização de 1,4% no mesmo período, a US$ 4,61 por bushel. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 62,24 por saca de 60 Kg, recuo de 2,9% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, a queda é de 3,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 0,4% no mercado de balcão (preços pago ao produtor). Na B3, influenciados pelos preços internacionais, os futuros registram leve avanço. O contrato Março/2024 tem alta de 0,8% nos últimos sete dias, a R$ 67,27 por saca de 60 Kg. O vencimento Maio/2024 apresenta valorização de 1,63%, para R$ 66,83 por saca de 60 Kg; e Julho/2024 tem alta de 2%, a R$ 66,51 por saca de 60 Kg. Mesmo diante dos avanços externos, o ritmo de negócios segue lento nos portos brasileiros.

Os embarques atuais são de vendas realizadas antecipadamente. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 14 dias úteis de janeiro, os envios brasileiros de milho somam 3,7 milhões de toneladas, o que representa 60% de todo o volume embarcado em janeiro de 2023. A projeção da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) é de que as exportações somem 3,86 milhões de toneladas em janeiro. Quanto aos preços nos portos, a baixa demanda no spot e o dólar em queda pressionam as cotações. No Porto de Paranaguá (PR), os valores registram baixa de 4% nos últimos sete dias. Os trabalhos de campo seguem progredindo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 20 de janeiro, a colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) chegou a 8,6% da área semeada, enquanto a semeadura da 2ª safra de 2024 conta com 5% da área nacional. Especificamente para safra de verão (1ª safra 2023/2024), entre 13 e 20 de janeiro, o avanço foi de apenas 1,8%, com maiores volumes colhidos no Rio Grande do Sul.

Para a Emater-RS, a colheita chegou, até o dia 25 de janeiro, a 25% da área estadual, avanço de apenas 4%. As chuvas registradas no Estado, apesar de auxiliarem na melhora dos solos, limitaram os progressos nas operações de campo. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita chegou a 13% da área até o dia 22 de janeiro, avanço semanal de 8%. Em Santa Catarina, relatos indicam incidências de doenças, mas a colheita chegou a 9%, apenas 1% acimado registrado na semana anterior, segundo a Conab. Quanto à 2ª safra de 2024, a semeadura avança no Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Conab informa que 5% da área estimada no Brasil havia sido implantada até o dia 20 de janeiro. No Paraná, o Deral/Seab indicou que a área semeada era de 8% até o dia 22 de janeiro, contra 4% da semana anterior.

Para Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) relata que a semeadura chegou, até o dia 19 de janeiro, a 3,93% da área estadual. Em Goiás, até o dia 20 de janeiro, o percentual semeado era de 2%. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), a semeadura ocorreu em apenas 1,8% da área até o dia 19 de janeiro em Mato Grosso do Sul. Por enquanto, estimativas da entidade indicam área estadual 5,8% menor que a da temporada 2022/2023, com produção de 11,48 milhões de toneladas, 14,3% inferior à de 2023. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura chegou a 92,7% da área. A área destinada ao cereal teve incremento de 100 mil hectares, favorecida pela melhora da umidade na área centro-norte do país. Estima-se que 7,2 milhões de hectares sejam semeados, com a produção chegando a 56,5 milhões de toneladas. Fonte: Cepea.