21/Feb/2024

Os futuros de milho fecharam em alta nesta terça-feira (20/02) na Bolsa de Chicago, influenciados pelo desempenho do trigo. Os dois grãos tendem a se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. Traders também cobriram posições vendidas após dados terem mostrado que as apostas de fundos na queda das cotações de milho alcançaram o maior nível desde 30 de abril de 2019. De acordo com levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), a posição líquida vendida desses agentes aumentou 3,86% na semana até 13 de fevereiro, de 293.678 para 305.003 lotes. O vencimento maio do milho subiu 3,00 cents (0,70%), e fechou a US$ 4,32 por bushel.

O recuo do dólar ante o Real, que tende a desestimular as vendas externas do Brasil, também deu algum suporte aos preços, assim como dados de inspeção de embarques dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 918.610 toneladas de milho foram inspecionadas para exportação em portos norte-americanos na semana até 15 de fevereiro, aumento de 2,94% ante a semana anterior. Além disso, os exportadores do país relataram venda de 155 mil toneladas de milho do ano comercial 2024/2025 para o Japão. A alta foi limitada pela ampla oferta dos Estados Unidos e pela expectativa de mais uma colheita robusta no país em 2024/2025. O enfraquecimento do petróleo, que diminui a competitividade relativa do etanol, também pesou sobre as cotações.

Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. O avanço do plantio da 2ª safra de 2024 no Brasil foi outro fator baixista para os preços. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os trabalhos estavam em 45,3% da área prevista no dia 17 de fevereiro, avanço de 13,8% na semana e de 12% em relação a igual período da temporada anterior. Mato Grosso (67,1%%) e Paraná (40%) lideram o plantio das lavouras de 2ª safra. Quanto ao milho safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita alcançava 21,4% da área plantada no País até o dia 17 de fevereiro, avanço de 2,8% na semana e de 7,5% entre as temporadas.