26/Feb/2024
No mercado interno, a tendência é de preços sustentados para o milho. Há uma melhoria no cenário para a 2ª safra de 2024, com grande parte das áreas sendo plantadas dentro da janela ideal de cultivo, o que poderá reduzir o risco de quebras por adversidades climáticas. Agentes brasileiros estão cautelosos nas novas negociações envolvendo milho. Os consumidores priorizam o uso de estoques, e os vendedores seguem atentos à colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e à semeadura e/ou ao desenvolvimento da 2ª safra de 2023. Apesar da redução na produção da temporada 2023/2024, a melhora do clima pode beneficiar as lavouras da safra de verão semeadas tardiamente e as de 2ª safra que estão em período de implantação. Nesse contexto, os preços do milho seguem registrando apenas leves variações em boa parte das regiões.
No mercado externo, as cotações do cereal estão recuando com certa intensidade na Bolsa de Chicago, pressionadas pela ampla oferta dos Estados Unidos na temporada 2023/2024 e por perspectiva de que a produção norte-americana seja volumosa também em 2024/2025. Além disso, o avanço da semeadura da 2ª safra de 2024 no Brasil reforçou o movimento baixista na Bolsa de Chicago. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) tem alta de 1,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 62,87 por saca de 60 Kg. O Indicador se mantém por volta dos R$ 62,00 por saca de 60 Kg desde o início de fevereiro. Nos últimos sete dias, a alta é de 0,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas queda de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). A comercialização do cereal para entrega futura também é lenta, já que os produtores consideram baixos os atuais patamares.
Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que apenas 19,21% da safra 2023/2024 havia sido comercializada até o dia 12 de fevereiro, avanço de 1,44% em relação ao verificado em janeiro, mas ainda 5,96% abaixo do mesmo período da safra 2022/2023. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que a comercialização da safra de verão (1ª safra 2023/2024), até janeiro, somava apenas 5%, o mesmo patamar registrado em janeiro/2023. Para 2ª safra de 2024, a comercialização é de 2%, contra 1% em 2023. Na B3, a baixa liquidez no mercado interno, a desvalorização externa e a melhora do clima, que favorece o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2024, pressionam os futuros. O contrato Março/2024 apresenta recuou de 0,8%, a R$ 64,07 por saca de 60 Kg. Os contratos Maio/2024 e Julho/2024 estão cotados a R$ 64,01 por saca de 60 Kg e a R$ 63,80 por saca de 60 Kg, respectivamente, quedas de 1,2% e de 0,53% nos últimos sete dias, na mesma ordem.
Na Bolsa de Chicago, os três primeiros vencimentos (Março/2024, Maio/2024 e Julho/2024) estão nos menores patamares desde 2021. O vencimento Março/2024 apresenta forte recuo de 2,81% nos últimos sete dias, a US$ 4,06 por bushel. Os contratos Maio/2024 e Julho/2024 registram desvalorização de 2,6% e 2% no mesmo período, para US$ 4,18 por bushel e US$ 4,30 por bushel, respectivamente. O ritmo das exportações brasileiras de milho segue elevado em fevereiro. Nos dez primeiros dias úteis do mês, a média diária de embarques está 15% superior à de fevereiro/2023, conforme a Secretária de Comércio Exterior (Secex). Até a terceira semana do mês, as vendas somavam 1,45 milhão de toneladas, representando 64% do volume escoado em fevereiro do ano passado. No campo brasileiro, as chuvas seguem ocorrendo na maior parte das regiões produtoras, o que reduziu os ritmos da colheita e da semeadura. Especificamente para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita atingiu, até o dia 17 de fevereiro, 21,4% da área nacional, avanço de 2,8% em relação ao dia 10 de fevereiro, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Regionalmente, apenas no Rio Grande do Sul e no Paraná que a colheita ultrapassou a metade da área. Segundo a Emater- RS, até o dia 22 de fevereiro, as atividades no Rio Grande do Sul chegaram a 66% da área. Para o Paraná, o Deral/Seab indicou que, até o dia 19 de fevereiro, a colheita somava 55% da área, também com produtividades abaixo das expectativas iniciais, sobretudo na região sudoeste do Estado. Em Santa Catarina, os menores volumes de chuvas permitiram o avanço da colheita, que totalizou 32% da área até o dia 17 de fevereiro, conforme a Conab. A semeadura da 2ª safra de 2024 tem média nacional de 45,3% até o dia 17 de fevereiro, avanço de 13,8% na comparação com o dia 10 de fevereiro. Em Mato Grosso, com as lavouras apresentando bom desenvolvimento, dados do Imea mostram que semeadura chegou a 65,17% da área estadual até o dia 16 de fevereiro, forte avanço semanal de 23,02%.
Conforme números da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), em Mato Grosso do Sul, até o dia 16 de fevereiro, a semeadura chegou a 26,1% da área estimada, No Paraná, o Deral/Seab indicou que 55% da área havia sido semeada até o dia 19 de fevereiro. Em Goiás, 25% da área estimada havia sido semeada até o dia 17 de fevereiro, de acordo com dados da Conab. A semeadura da safra da Região Nordeste teve início no Maranhão, com 10% da área estadual semeada até o dia 17 de fevereiro, segundo a Conab. As lavouras se desenvolvem bem. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a colheita teve início nas regiões de Santa Fé e Entre Ríos, com bons resultados. Em termos de produção, a estimativa segue de 56,5 milhões de toneladas, ante as 34 milhões de toneladas divulgadas anteriormente. A Bolsa de Rosário atualizou a estimativa de produção na Argentina, passando de 59 milhões de toneladas para 57 milhões de toneladas, devido à onda de calor registrada entre o final de janeiro e início de fevereiro. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.