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11/Mar/2024

Tendência de preços firmes para o milho no Brasil

Enquanto os compradores mostram pouco interesse em adquirir volumes de milho, os vendedores focam a entrega de lotes de soja. E, mesmo com a liquidez limitada, as cotações domésticas do cereal apresentam leves altas, influenciadas pelas valorizações externas. Os avanços nos preços do milho são observados sobretudo em São Paulo, onde os estoques estão baixos, e em Santa Catarina, onde o clima foi desfavorável durante a semeadura e, agora, a produtividade tem sido menor. Nas regiões em que cotações estão em baixa, a pressão vem do aumento no ritmo de colheita, como Paraná e Rio Grande do Sul. Nestes Estados, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que 50% da área já foi colhida. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) tem avanço de 1% nos últimos sete dias, a R$ 62,84 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a queda é de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas alta 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor).

Na B3, após recuarem com força em fevereiro, os contratos futuros do cereal registram avanço expressivo, alavancados pelas altas nos preços internacionais. Na B3, o vencimento Março/2024 apresenta alta de 5,3% nos últimos sete dias, indo para R$ 63,40 por saca de 60 Kg. Os contratos Maio/2024 e Julho/2024 estão cotados a R$ 60,96 por saca de 60 Kg e a R$ 59,46 por saca de 60 Kg, respectivamente, elevações de 8,3% e 4,6%, na mesma ordem. Apesar do baixo interesse pelo produto, comum para o período, as altas internacionais dão sustentação aos valores do milho nos portos, mas a queda do dólar voltou a gerar pressão. Assim, nos últimos sete dias, as cotações médias do milho no Porto de Paranaguá (PR) apresentam baixa de 1%. Em fevereiro, o volume de milho exportado pelo Brasil somou 1,71 milhão de toneladas, 25% abaixo do escoado há um ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Para março, a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) estima que apenas 146,78 mil toneladas sejam embarcadas, inferior às 780,05 mil toneladas de fevereiro do ano passado, cenário que já era esperado por agentes, tendo em vista a prioridade nos embarques de soja. Os trabalhos de campo seguem avançando nas regiões brasileiras. Segundo a Conab, até o dia 3 de março, a média nacional colhida somava 29,4% da área, avanço semanal de 4,5%. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) chegou a 73% da área. Em Santa Catarina, com relatos de produtividades menores aos estimados anteriormente, a área colhida até o dia 3 de março é de 52%, aumento semanal de 13%. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, o percentual da área colhida de milho safra de verão (1ª safra 2023/2024) chega a 70%, progresso de 13% sobre a média dos últimos cinco anos.

O órgão também indicou redução de 1,3% na área destinada ao cereal no Estado, devido às adversidades climáticas durante a semeadura, que fizeram com que parte dos produtores revisasse a área. Apesar disso, a produção estimada em 2024 é em 5,23 milhões de toneladas, 32% superior a 2023. A média nacional da semeadura da 2ª safra de 2024 avançou em sete dias 14,7% chegando a 73,7% até o dia 3 de março, segundo os dados Conab. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, as chuvas bem distribuídas e o adiantamento dos trabalhos de campo com soja permitiram bom progresso da semeadura de milho, que totalizou 90,5% da área estadual. No Paraná, o Deral/Seab aponta que a semeadura chegou a 82% da área estimada para o cereal até o dia 26 de fevereiro. Em Mato Grosso do Sul, até o dia 1º de março, os trabalhos somam 50,5%, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul).

Os valores externos estão diante de dados indicando produção e estoques de etanol abaixo do esperado por agentes, de números mostrando bons volumes exportados pelos Estados Unidos e de expectativa de que o relatório de oferta e demanda traga cortes na produção brasileira na temporada 2023/2024. A Administração de Informação de Energia indicou que a produção média de barris de etanol na semana encerrada em 1º de março foi 2% menor que a da semana anterior. Quanto às exportações norte-americanas, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta que, entre 22 e 29 de fevereiro, somaram 1,11 milhão de toneladas, alta de 3% em relação ao período anterior. Na Bolsa de Chicago, o primeiro contrato apresenta valorização de 2,5% nos últimos sete dias, indo para US$ 4,26 por bushel. O segundo vencimento (Maio/2024) também tem reação, de 2%, a US$ 4,38 por bushel. Fonte: Cepea.