25/Mar/2024
A FS, Fueling Sustainability, maior produtora de etanol de milho do Brasil, trabalha com a perspectiva de que o seu combustível sustentável para aviação (SAF) esteja sendo utilizado por aviões a partir de 2027. A companhia conquistou recentemente a Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono (ISCC), atestando que o processo de produção de etanol de milho da FS atende aos requisitos internacionais que a habilitam a fabricar o SAF. A previsão se dá pela perspectiva trazida pelo projeto de lei do Combustível do Futuro. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto define que, a partir de 2027, as companhias aéreas no Brasil serão obrigadas a reduzir emissões de gases do efeito estufa nos voos domésticos por meio do uso do SAF. A expectativa da empresa é ter aviões voando com sua SAF em 1º de janeiro de 2027, pois a partir daí reduzir emissões não será uma opção, mas uma obrigação.
Apesar de trabalhar com a perspectiva de fornecer SAF para empresas aéreas do País já em 2027, o mercado desse combustível não decolará se ‘nós’ não forem desatados. Entre os desafios, pode-se citar a ausência de plantas de SAF no País, embora várias empresas tenham a certificação que permita a sua produção. Para isso se modificar, é necessário investimentos que viabilizem a produção do combustível. Um fomento via BNDES, via financiamento ou subsídios, é fundamental. O passo anterior é a regulação do projeto de lei do Combustível do Futuro. É necessário que o Brasil fortaleça a legislação ambiental, equiparando-a ao que vigora no mundo. O código ambiental brasileiro precisa ser mais rigoroso para que o País possa participar do mercado internacional de SAF.
Apesar dos desafios, o mercado de SAF tem potencial para ser globalmente maior do que o de etanol. O setor de aviação é um mercado global e que será quatro vezes maior que o mercado de etanol global. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontou que o Brasil deve aproveitar para ocupar seu espaço em um mercado ainda incipiente. A concentração da oferta, hoje, se dá em poucos hubs. O Brasil precisa se inserir. O País tem potencial de fornecer SAF para os mercados doméstico e internacional. Não precisa exportar o etanol de milho; pode produzir SAF internamente. Há necessidade de se resolver o gargalo para tornar o SAF competitivo em termos de preço. Além disso, há metodologias que prejudicam algumas matérias-primas, com avaliações de mudança indireta no uso da terra que nem sempre refletem realidades. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.