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25/Mar/2024

Pressão baixista sobre os preços do milho no Brasil

Diante do menor interesse de compradores, os preços do milho voltaram a cair na maior parte das regiões. As quedas mais expressivas ocorrem nas regiões produtoras do milho 2ª safra. Em São Paulo, os valores completam cinco dias seguidos em baixa e já voltam a operar nos patamares do encerramento de fevereiro. Demandantes do Estado se mostram abastecidos, recebendo volumes da Região Centro-Oeste, e sem necessidade de comprar grandes quantidades no spot no curto prazo. O movimento de baixa, contudo, foi limitado pela retração de muitos vendedores, sobretudo os paulistas, que preferem armazenar o milho em detrimento de negociá-lo no spot. A disparidade entre as indicações de compradores e os preços pedidos de vendedores segue elevada, cenário que limita a liquidez interna. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 1% nos últimos sete dias, a R$ 62,62 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a alta é leves 0,35% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e 0,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor).

Na B3, os vencimentos dos próximos meses estão em baixa. Os contratos Maio/2024 e Julho/2024 estão cotados em respectivos R$ 60,52 por saca de 60 Kg e R$ 60,51 por saca de 60 Kg, quedas de 4,1% e 3,5% nos últimos sete dias, nessa ordem. O contrato Setembro/2024 apresenta desvalorização de 3,79% no mesmo período, a R$ 61,14 por saca de 60 Kg. Agentes brasileiros estão atentos ao clima na Argentina e nos Estados Unidos. Na Argentina, a escassez hídrica no principal período de desenvolvendo do grão e, mais recentemente, o excesso de chuva em áreas prontas para a colheita levaram a Bolsa de Cereais de Buenos Aires a reajustar negativamente as estimativas de produção de milho no país. Agora, a colheita é projetada em 54 milhões de toneladas, 4,4% abaixo do estimado da semana anterior. Vale lembrar, no entanto, que a produção atual ainda deve ser 58,8% superior à da safra passada. A colheita da safra 2023/2024 alcançou 3,7% da área cultivada na Argentina, até o dia 20 de março.

Nos Estados Unidos, é o baixo índice pluviométrico que segue preocupando os agentes, visto que produtores norte-americanos se preparam para iniciar a semeadura da safra 2024/2025. Nesse contexto, os futuros na Bolsa de Chicago estão em alta. O contrato Maio/2024 tem valorização de 1,61% nos últimos sete dias, indo para US$ 4,40 por bushel. O vencimento Julho/2024 registra avanço de 1,74% no mesmo período, a US$ 4,54 por bushel. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 11 dias úteis de março, a média diária de embarques de milho está bem abaixo da registrada em 2023 (64% inferior). Na parcial de março, foram exportadas 227 mil toneladas de milho, contra 1,33 milhão embarcadas em todo mês de março/2023. No campo brasileiro, apesar de ainda abaixo do esperado, as chuvas voltaram em boa parte das regiões produtoras. Mais chuvas são necessárias, sobretudo para as lavouras da 2ª safra de 2024.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura da 2ª safra de 2024 chegou, até o dia o dia 17 de março, a 92,3% da área nacional, avanço semanal de 6,1% e anual de 7,2%. Entre os principais produtores, em Mato Grosso, a semeadura chegou, até o dia 15 de março, a 99,45% da área, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). No Paraná, até o dia 18 de março, a semeadura atingiu 96% da área, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso do Sul, até o dia 15 de março, a semeadura somava 77,4%, conforme indica a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul). A Conab aponta que produtores de Goiás e Tocantins já finalizaram os trabalhos, e as lavouras estão se desenvolvendo bem. Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita somava, até o dia 17 de março, 37% da área nacional. No Paraná, o tempo seco vem favorecendo a colheita, que, segundo o Deral/Seab, somava 87% da área até o dia 18 de março. Em Santa Catarina, a colheita somava 62% da área até o dia 17 de março, segundo a Conab. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.