01/Apr/2024
Os produtores brasileiros estão com as atenções voltadas aos trabalhos de campo, disponibilizando novos lotes de milho no spot nacional apenas quando há necessidade de fazer caixa. A colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) avança, e a semeadura da 2ª safra de 2024 está na reta final. O clima chuvoso nos últimos dias vem favorecendo o desenvolvimento do cereal de 2ª safra no Brasil, gerando expectativas positivas quanto à produção. Do lado comprador, alguns agentes passaram a ficar ativos, sobretudo os de regiões consumidoras. Apesar disso, os preços do milho estão em baixa, influenciados pela desvalorização externa do cereal.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) tem baixa de 1,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 61,82 por saca de 60 Kg. Em março, o Indicador acumulou queda de 0,66%. Nos últimos sete dias, o milho apresenta leve baixa de 0,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e estabilidade no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, os contratos seguem em queda. Os vencimentos Maio/2024 e Julho/2024 estão cotados em respectivos R$ 59,66 por saca de 60 Kg e R$ 59,57 por saca de 60 Kg, com desvalorizações de 1,4% e de 1,5%, nessa ordem, nos últimos sete dias. O contrato Setembro/2024 registra recuo de 0,7% no mesmo período, a R$ 60,67 por saca de 60 Kg.
Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2024 acumula desvalorização de 3,18% nos últimos sete dias, indo para US$ 4,26 por bushel. O vencimento Julho/2024 tem recuo de 3,25%, a US$ 4,39 por bushel. A pressão sobre os valores externos vem da melhora nas condições climáticas nos Estados Unidos. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 16 dias úteis de março, a média diária de embarques de milho esteve bem abaixo da registrada em 2023 (63% inferior). Na parcial de março, foram exportadas 245 mil toneladas do cereal, contra 1,33 milhão de toneladas em todo mês de março de 2023. No campo, as chuvas nas principais regiões produtoras favorecem o desenvolvimento do milho 2ª safra de 2024.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 24 de março, 96,8% da área nacional estimada para esta safra havia sido semeada, avanço semanal de 4,5% e anual de 5,7%. No Paraná, até o dia 25 de março, a semeadura atingiu 99% da área, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso do Sul, a semeadura somava 82,7% até o dia 22 de março, conforme indica a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), que prevê redução de 5,4% na área do milho 2ª safra de 2024 frente ao ciclo passado, a 2,218 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 86,3 sacas de 60 Kg por hectare. Com a isso, estima-se que a produção no Estado seja de 11,485 milhões de toneladas.
Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita somava, até o dia 24 de março, 42,8% da área nacional, progresso semanal de 5,8% e anual de 0,9%, de acordo com dados da Conab. Para o Paraná, o tempo seco vem favorecendo a colheita, que, segundo o Deral/Seab, somava 91% da área até o dia 25 de março. Em Santa Catarina, a colheita atingiu 78% da área; em Minas Gerais, 28%; e, em São Paulo, 75%, até o dia 24 de março, segundo a Conab. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima que sejam produzidas 54 milhões de toneladas de milho, 58,8% a mais que na safra passada. Até o dia 26 de março, a colheita da temporada 2023/2024 alcançou 5,7% da área cultivada na Argentina. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.