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22/Apr/2024

Pressão baixista persistente sobre preços do milho

A colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) já passou da metade no Brasil, e a semeadura da 2ª safra de 2024 está praticamente finalizada. Nos Estados Unidos, os produtores iniciaram a semeadura da nova temporada. No geral, o clima tem sido benéfico às lavouras brasileiras, com chuvas intercaladas de dias ensolarados. Nos Estados Unidos, apesar das preocupações iniciais com o clima quente e seco, chuvas registradas nesta semana trouxeram alívio aos produtores norte-americanos. Quanto ao spot nacional, os compradores brasileiros indicam ter estoques e, por isso, aguardam que o bom andamento das safras possa manter as cotações em baixa. Assim, os preços do milho seguem enfraquecidos. Nem mesmo as recentes valorizações do dólar, que aumentam a paridade de exportação, foram suficientes para elevar os valores do cereal.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra baixa de 0,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 59,29 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, o preço do milho tem leve alta de 0,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas recuo de 0,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, os vencimentos futuros são impulsionados pelas altas da moeda norte-americana. Nos últimos sete dias, o contrato Maio/2024 registra avanço de 1,31% e o Julho/2024 tem alta de 0,56%, a R$ 57,81 por saca de 60 Kg e a R$ 57,63 por saca de 60 Kg, respectivamente. O ritmo de negociações nos portos brasileiros segue enfraquecido, devido à prioridade no embarque de soja, à expectativa de menor produção brasileira e à maior oferta em outros países, como Estados Unidos e Argentina. No entanto, os preços registram leves recuperações, sustentados pelo avanço da moeda norte-americana.

O milho negociado no Porto de Paranaguá (PR) apresenta valorização de 0,6% nos últimos sete dias. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 10 dias úteis de abril, foram embarcadas apenas 29 mil toneladas de milho, bem abaixo das 470 mil toneladas registradas em abril/2023. Nos Estados Unidos, os preços futuros também estão pressionados pela desvalorização do petróleo, pelo início da semeadura no país e, sobretudo, pelo retorno das chuvas em áreas do Meio Oeste norte-americana, que estavam mais secas. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, o contrato Maio/2024 registra queda de 0,47% e o Julho/2024, de 1,08%, a US$ 4,26 por bushel e a US$ 4,36 por bushel, respectivamente. Restando apenas pequena área de Minas Gerais, a semeadura da 2ª safra de 2024 chegou, até o dia 14 de abril, a 99,9% da área nacional, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

De maneira geral, as chuvas têm beneficiado o desenvolvimento das lavouras. No Paraná, as chuvas destes últimos dias foram fundamentais para reduzir o estresse hídrico, mas o percentual de lavouras com condições ruins segue elevado, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso do Sul, até o dia 5 de abril, a semeadura chegou a 98,4% segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Especificamente para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), a colheita atingiu, até o dia 14 de abril, a 52,9% da área nacional, leve avanço de 1,9% em relação ao dia 7 de abril. Precipitações em áreas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e a prioridade da colheita de soja limitaram os trabalhados envolvendo o milho de verão.

Para o Paraná, segundo o Deral/Seab, a colheita chegou a 96% da área. Em Santa Catarina, a área colhida é de 87%, até o dia 14 de abril, indicou a Conab. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Emater-RS divulgados no dia 17 de abril, a colheita de milho atingiu 78% da área, avanço de apenas 1%, refletindo a prioridade com a cultura da soja e a alta umidade que inviabilizou a operação durante a semana passada. Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que 6% da safra 2023/2024 norte-americana de milho já foi semeada, contra 5% na média dos últimos cinco anos e 7% na comparação com o mesmo período de 2023. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que 17,2% da área nacional havia sido colhida até o dia 18, leve avanço semanal de 1,9%, também devido às chuvas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.