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02/May/2024

Etanol de Milho: busca de crédito para cooperativas

De olho em oportunidades de investimentos para alavancar o crescimento agroindustrial no interior do País, o Ministério da Agricultura quer desenhar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) uma nova linha de crédito destinada às cooperativas do setor, com juros mais baratos, prazos longos e uma provável ajuda do Tesouro Nacional para equilibrar financiamentos feitos em moeda estrangeira. A meta é construir uma linha de crédito especial de longo prazo para financiar atividades agroindustriais, com foco na instalação de usinas de etanol de milho e estruturas de avicultura, com aviários e frigoríficos.

Uma das alternativas que serão colocadas na mesa é usar a captação de moeda estrangeira pelo governo federal, por meio de emissões do Tesouro Nacional, para repasse a essa linha. A intenção é usar uma “pequena ajuda” da União para buscar dinheiro mais barato no exterior. A meta é ir além do dólar e chamar a atenção de investidores da China e do Japão, por exemplo, cujos recursos podem chegar em condições mais acessíveis aos produtores e cooperativas. A avaliação é que os empresários estrangeiros têm ganhado a corrida em áreas estratégicas do agronegócio que poderiam ser exploradas pelas cooperativas brasileiras. A principal delas é o etanol de milho.

Em expansão no Brasil, o setor atrai investimentos de usinas controladas por empresas de fora do País, que têm acesso a recursos mais baratos. Faltam opções de financiamento adequadas para apoiar os investimentos pelas cooperativas nacionais, sobretudo na Região Centro-Oeste. Será proposta uma linha melhor de investimento de longo prazo. O BNDES já oferta opções de financiamentos, em Real ou dólar, com recursos próprios da instituição (sem subvenção federal) para a compra de equipamentos, máquinas estruturas e projetos com até 10 anos de prazo para reembolso. As condições precisam ser melhores, em especial as taxas de juros, que estão em torno de 8% ao ano nessa linha já existente.

O desejo é por juros mais baratos e ajuda do governo, como na utilização do Tesouro Nacional para equilibrar as moedas e talvez ter dinheiro chinês e japonês a 2% ao ano. Mas, a questão é como será viabilizado para colocar esse dinheiro dentro do País. Recentemente, o Tesouro Nacional voltou a captar recurso no mercado externo com dois novos benchmarks de 10 e 30 anos, com vencimento em 2034 e 2054, respectivamente. Foram captados US$ 4,5 bilhões. A operação busca promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.

O Ministério da Agricultura quer mostrar ao BNDES a capacidade que as cooperativas têm de serem indutoras de agroindústrias no interior do Brasil. As cooperativas estão “perdendo a concorrência” para os empresários estrangeiros. Em Mato Grosso, existem usinas norte-americanas de etanol e as cooperativas não conseguem fazer por falta de recurso adequado. Além disso, foi defendido também investimentos em avicultura, com apoio para a construção de aviários por produtores de pequeno porte e de frigoríficos para abate e processamento das aves pelas cooperativas. O segmento é capaz de gerar milhares de empregos e agregar valor aos produtos da agropecuária nacional. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.