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20/May/2024

Preços do milho estão firmes no mercado interno

O clima na primeira quinzena de maio favoreceu o início da colheita de milho da 2ª safra de 2024, especialmente no Paraná, Mato Grosso e Goiás e em algumas áreas de Minas Gerais e de São Paulo. Apesar de preocupações e de possibilidade de reajustes na oferta nacional, estimativas atuais seguem apontando safra volumosa no Brasil. De fato, agentes indicam que as primeiras áreas colhidas em Mato Grosso, importante produtor da 2ª safra, apresentam boa produtividade, com produtores atentos ao campo e aos possíveis impactos do clima sobre a produção, enquanto as enchentes prejudicam lavouras no Rio Grande do Sul, o tempo quente e seco no Paraná, São Paulo e sul de Mato Grosso do Sul preocupam os produtores. Poucos são os vendedores que vêm disponibilizando novos lotes no spot nacional. Apesar de a maior parte dos compradores estar afastada, à espera da entrada de maior volume do cereal, os preços estão em alta. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta valorização de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 58,85 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, observa-se alta de 0,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Na B3, o contrato Julho/2024 tem alta de 0,61% nos últimos sete dias, passando para R$ 59,15 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 registra leve baixa 0,05% no mesmo período, para R$ 62,18 por saca de 60 Kg. Apesar das recentes preocupações com o clima, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reajustou positivamente a área destinada ao cereal na temporada 2023/2024. A área total semeada no Brasil deve ser de 20,61 milhões de hectares, contra 20,38 milhões divulgadas no relatório de abril. Essa recuperação reflete principalmente o aumento da área na Região Centro-Oeste e em partes das Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com esse aumento de área, a Conab reajustou a estimativa de produção, que passou de 110,96 milhões de toneladas em abril para 111,63 milhões de toneladas em maio. Entre as safras 2022/2023 e 2023/2024, contudo, o volume ainda é 15,4% menor.

Especificamente para as três temporadas, as quedas nas produções estão previstas em 14,2% para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), em 15,8% para 2ª safra de 2024 e em 7,6% para a 3ª safra de 2024, com respectivas estimativas de 23,49 milhões de toneladas, 86,15 milhões de toneladas e 1,99 milhão de toneladas. O consumo brasileiro de milho na atual temporada poderá ser elevado, chegando a 83,98 milhões de toneladas. Assim, o excedente doméstico, somado à importação e aos estoques iniciais, seria de 37,2 milhões de toneladas, sendo que, destes, 31 milhões de toneladas devem ser exportadas, resultando em estoque de passagem (em janeiro/2025) de 6,2 milhões de toneladas, 12% menor que o da temporada anterior. Em termos mundiais, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a produção da temporada 2023/2024 totalizará 1,228 bilhão de toneladas, enquanto o consumo será de 1,215 bilhão de toneladas. Para a safra 2024/2025, o USDA indicou crescimento na produção da China, Brasil, União Europeia, México, África do Sul e Indonésia, mas queda na dos Estados Unidos, Argentina e Ucrânia. Assim, a produção mundial pode totalizar 1,219 bilhão de toneladas e o consumo, 1,22 bilhão de toneladas.

No campo brasileiro, segundo a Conab, a colheita da 2ª safra de 2024 foi iniciada apenas pontualmente em algumas regiões, sem chegar a 1% da área, com expectativa de intensificação a partir das próximas semanas. Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), a atividade chegou a 68,1% da área nacional até o dia 12 de maio, com avanço semanal de 5%. Os trabalhos já foram finalizados em São Paulo e estão na reta final no Paraná e em Santa Catarina. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita do milho safra de verão (1ª safra 2023/2024) no Paraná chegou a 99% até o dia 13 de maio, restando apenas a região de União da Vitória para finalizar os trabalhos. Para 2ª safra de 2024, as atividades iniciaram nas regiões Campo Mourão, Francisco Beltrão e Irati. No Rio Grande do Sul, conforme apontou a Emater-RS no dia 16 de maio, a colheita de soja segue sendo prioridade, e a do milho safra de verão (1ª safra 2023/2024) soma 88% da área total.

Nos Estados Unidos, os preços iniciaram a semana passada em alta, impulsionados pelo menor ritmo de colheita, mas recuaram nos dias seguintes, devido ao aumento da oferta, com mais produtores dispostos a negociar, e ao baixo volume de vendas externas. Com isso, na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 registra leve valorização de 0,11% nos últimos sete dias, a US$ 4,57 por bushel. O contrato Setembro/2024 tem avanço de 0,16% no mesmo período, a US$ 4,67 por bushel. Quanto aos trabalhos de campo, nos Estados Unidos, de acordo com o relatório semanal do USDA, 49% da área da atual temporada havia sido cultivada até o dia 12 de maio, contra 60% no ano passado e 54% na média dos últimos cinco anos. Do cereal que está na lavoura, 23% já emergiram, ante os 25% no ano passado. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita na Argentina chegou, até o dia 16 de maio, a 25,4% da área nacional, avanço de 2%. O baixo ritmo dos trabalhos de campo é reflexo da umidade elevado dos grãos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.