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27/May/2024

Tendência é de preços firmes no mercado interno

A colheita da 2ª safra de milho de 2024 começa a ganhar ritmo em algumas regiões, sobretudo em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Ainda assim, a oferta do cereal tem sido limitada no spot nacional por produtores, que, por sua vez, estão atentos aos possíveis impactos do clima quente e seco sobre a produção. Os vendedores indicam que, se, de fato, as próximas estimativas oficiais apontarem reajustes negativos na colheita nacional, demandantes tendem a elevar a procura, já que os volumes em estoques podem diminuir. Por enquanto, os compradores têm apenas acompanhado o mercado e priorizado o consumo de estoques. Muitos estão à espera de que o avanço da colheita resulte em desvalorizações do milho para que, então, possam adquirir novos lotes. Nesse cenário, os preços do cereal seguem firmes, movimento que tem sido observado pela terceira semana consecutiva. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), registra alta de 1,6% nos últimos sete dias, a R$ 59,77 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, há alta de 0,9% no preço do milho no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e avanço de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Na B3, apesar da colheita avançando, os preços futuros estão em alta, impulsionados pelo dólar. O contrato Julho/2024 apresenta valorização de leve 0,17% nos últimos sete dias, passando para R$ 59,25 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 tem avanço 1,16% no mesmo período, para R$ 62,90 por saca de 60 Kg. A média do valor do cereal negociado no Porto de Paranaguá (PR) registra queda de 0,4% nos últimos sete dias. Os embarques brasileiros de milho seguem desaquecidos, tendo em vista que a prioridade tem sido a exportação de soja. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que os envios externos de milho se limitaram a 162,29 mil toneladas nos primeiros 12 úteis de maio, contra 384,88 mil toneladas em maio/2023.

Caso o atual ritmo se mantenha, o Brasil pode exportar 284 mil de toneladas neste mês, bem abaixo das 626,3 mil toneladas estimadas pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) para serem escoadas em maio. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 19 de maio, o Brasil havia colhido 0,4% da área da 2ª safra de 2024, com as atividades concentradas nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso; neste mesmo período de 2023, o percentual colhido era de 0,2%. Em Mato Grosso, as atividades estão mais adiantadas no médio-norte. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicou que 0,5% da área estadual havia sido colhida até o dia 17 de maio, sendo 0,34% acima do mesmo período de 2023. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita da 2ª safra de 2024 somava 2% da área estadual, até o dia 20 de maio. Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024), até o dia 19 de maio, a colheita havia atingido 72,4% da área nacional, com avanços mais representativos em Goiás.

Para a Região Sul do País, onde se concentra a maior parte da produção da safra de verão, os trabalhos de colheita avançaram na semana passada. No Paraná, segundo o Deral/Seab, a colheita havia alcançado 99% da área estadual até o dia 20 de maio. Para o Rio Grande do Sul, a Emater-RS apontou que a colheita foi realizada em 92% das lavouras até o dia 23 de maio. As elevadas precipitações registradas têm atrasado as atividades de campo e prejudicado a qualidade do cereal, o que vem gerando certa urgência para retirada do milho das lavouras. Nos Estados Unidos, os preços também estão em alta, impulsionados pela valorização do trigo, pelo aumento na produção de etanol, pelos bons dados das vendas externas e por temores de chuvas no Meio Oeste do país norte-americano. Com isso, na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 registra avanço de 1,53% nos últimos sete dias, a US$ 4,64 por bushel.

O contrato Setembro/2024 tem alta de 1,18%, a US$ 4,73 por bushel. Quanto aos trabalhos de campo, nos Estados Unidos, de acordo com relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 70% da área da atual temporada havia sido cultivada até o dia 19 de maio, contra 76% no ano passado e 71% na média dos últimos cinco anos. Do cereal que está na lavoura, 40% já emergiram, ante os 46% no ano passado. Na Argentina, a colheita avançou apenas 2,8%, somando 28,2% da área nacional. A elevada umidade e chuvas dificultam os trabalhos de campo. Os rendimentos das lavouras argentinas têm apresentado grande variabilidade, e a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima que a produção do país some 46,5 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.