03/Jun/2024
No mercado interno, a tendência é de preços sustentados para o milho. Porém, à medida que a colheita da 2ª safra ganhar força, uma pressão baixista poderá se impor sobre os preços. A colheita da 2ª safra de milho 2024 começa a ganhar ritmo em algumas regiões. Ainda assim, a oferta é limitada por produtores, que, por sua vez, estão atentos aos possíveis impactos do clima quente e seco sobre a produção da 2ª safra. De qualquer forma, o avanço da colheita deverá pressionar negativamente os preços no curto prazo. No cenário externo, a tendência é de alta dos preços futuros, com a redução na área plantada nos EUA na safra 2024/2025 e a valorização do trigo – há alta correlação entre preços globais de milho e trigo. Na Bolsa de Chicago, os futuros com vencimentos em 2025 estão entre US$ 4,80 a US$ 5,00 por bushel. As colheitas da primeira e segunda safras de milho seguem avançando no Brasil, mas agentes continuam incertos quanto à produção da segunda safra em algumas regiões.
O clima ao longo de maio não amenizou a situação das lavouras, especialmente as do Sul, Sudeste e de partes do Centro-Oeste. Quanto aos preços, apresentam movimentos distintos dentre as praças acompanhadas pelo Cepea, sendo influenciados pelas diferentes condições de oferta e de demanda regionais. Em Goiás e Mato Grosso, onde o clima foi mais favorável à cultura, a maior oferta tem resultado em queda nos preços. Já nas praças do Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o clima desfavorável preocupa e eleva as cotações, à medida que a oferta de milho de qualidade tem caído. Em regiões consumidoras, como partes de São Paulo, os preços recuaram, sobretudo devido à retração de compradores. De modo geral, o que prevalece é comprador sinalizando ter estoques e no aguardo de um maior volume para negociar. Do lado vendedor, a maioria analisa a situação local para disponibilizar novos lotes.
Na última semana de maio, na média das regiões, houve alta de 2,6% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,7% no de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) fechou o mês a R$ 59,29 por saca de 60 Kg, aumento de 2,3% frente ao do encerramento de abril. No Norte do Paraná, em Chapadão do Sul (MS) e em Santa Rosa (RS), na última semana de maio, os valores subiram respectivos 0,4%, 2,0% e 4,4%; já em Anápolis (GO) e Sorriso (MT), caíram 0,7% e 2,4%, nesta ordem. Na B3, influenciados pelos preços internacionais, os futuros recuaram na útima semana. O contrato Julho/2024 desvalorizou 0,98%, passando para R$ 58,67 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 cedeu 1,7%, indo para R$ 61,81 por saca de 60 Kg. O milho é negociado em Paranaguá (PR) à média de R$ 61,64 por saca de 60 Kg, queda de 0,9% em sete dias. Para entrega nos próximos meses (agosto e setembro), os valores estão abaixo de R$ 60,00 por saca de 60 Kg.
A demanda de milho no spot para exportação está lenta, mas as aquisições para entrega nos próximos meses estão mais aquecidas. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a colheita da segunda safra chegou a 1,1% da área nacional até o dia 26, acima do 0,4% registrado na semana anterior e no mesmo período de 2023. Em Mato Grosso, 1,94% da área estadual havia sido colhida até o dia 24. No Paraná, do total da área estimada para o milho segunda safra, 4% haviam sido colhidos até o dia 27. A produção da segunda safra do Paraná deve somar 13,22 milhões de toneladas, 7% a menos que na temporada passada e abaixo da estimativa inicial, de 14,7 milhões de toneladas. Quanto à safra de verão, a colheita chegou, até o dia 26, a 78,4% da área nacional, segundo relatório da Conab. No Paraná, a colheita da primeira safra foi finalizada. No Rio Grande do Sul, o clima úmido tem dificultado a colheita, já que os grãos seguem apresentando umidade elevada.
Além disso, em algumas regiões, como da Serra e Campanha, os danos causados pelas enchentes inviabilizam a comercializações dos grãos. Com isso, a colheita avançou apenas 1% nesta semana, chegando a 93% da área estadual. Nos Estados Unidos, os preços recuaram na última semana, pressionados pela demanda enfraquecida pelo cereal (sinalizada pelo ritmo baixo das exportações), pelo avanço da semeadura, pelo clima favorável naquele país e pela expectativa de que a China importe milho da Argentina e reduza a demanda pelo cereal norte-americano. Na Bolsa de Chicago, na última semana de maio, o contrato Julho/2924 caiu 3,3%, para US$ 4,48/bushel. Quanto aos trabalhos de campo, nos Estados Unidos, de acordo com o relatório semanal do USDA, 83% da área da atual temporada havia sido cultivada até o dia 26. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.