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17/Jun/2024

Preço do milho avança nos portos e cai no interior

Os avanços nos preços internacionais, que elevam a paridade de exportação, nos prêmios e na moeda norte-americana estão impulsionando os valores do milho nos portos. Além disso, a demanda nos portos também está aquecida. No Porto de Paranaguá, os valores do milho registram alta de 1,9% nos últimos sete dias. Os prêmios de venda no Porto de Santos (SP) para embarque em agosto operam acima de +US$ 0,60 por bushel, contra média de +US$ 0,50 por bushel em maio. No entanto, as altas nos portos não estão sendo repassadas ao interior do País. Ainda que os produtores estejam atentos às valorizações externa e nos portos e analisando os impactos do clima sobre as lavouras, os preços regionais seguem enfraquecidos. A pressão vem dos avanços das colheitas da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e da 2ª safra de 2024, além da baixa demanda, pois os consumidores vêm negociando apenas pontualmente. Outro fator que reforça a pressão sobre as cotações foi a divulgação de reajustes positivos na estimativa produção brasileira de milho na 2ª safra de 2024.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 57,53 por saca de 60 Kg, queda de 1,3% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, são verificados leves aumentos de 0,1% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). Na B3, sustentados pelo dólar e pelas altas dos preços internacionais, os contratos futuros também estão em alta. O contrato Julho/2024 registra valorização de 1,8% nos últimos sete dias, passando para R$ 58,38 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2024 apresenta alta de 1,87% no mesmo período, indo para R$ 62,51 por saca de 60 Kg. Apesar das recentes preocupações de produtores com os impactos do clima quente e seco sobre as lavouras da 2ª safra de 2024 e das enchentes no Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou relatório no dia 13 de junho, 13, apontando reajustes positivos na produção total brasileira na temporada 2023/2024. No agregado da safra, a colheita deve ser de 114,14 milhões de toneladas, contra 111,63 milhões estimadas em maio, porém, ainda 13,5% abaixo da temporada 2022/2023.

Especificamente para 2ª safra de 2024, a produção foi reajustada, de 86,15 milhões de toneladas em maio para 88,11 milhões de toneladas em junho, devido à melhora da produtividade das lavouras já colhidas. Ainda assim, esse volume é 14% inferior ao da temporada 2022/2023. Quanto à safra de verão (1ª safra 2023/2024) e 3ª safra de 2024, as colheitas, indicadas em 23,49 milhões de toneladas e em 1,99 milhão de toneladas em maio, passaram a ser apontadas em 23,62 milhões de toneladas e em 2,4 milhões de toneladas, respectivamente. Na comparação com a temporada anterior, estima-se queda de 13,7% na produção da safra de verão (1ª safra 2023/2024), mas aumento de 11,6% na 3ª safra de 2024. Considerando-se os estoques iniciais e a produção, a disponibilidade da safra 2023/2024 passa a ser estimada em 123,71 milhões de toneladas, com consumo de 84,16 milhões de toneladas. Diante da perspectiva de maior oferta, a Conab reajustou as exportações para 33,5 milhões, 2,5 milhões a mais que no divulgado no relatório de maio, enquanto as importações seguem projetadas em 2,5 milhões de toneladas.

Com isso, ao final da temporada, os estoques passam a ser esperados em 6,06 milhões de toneladas, volume 14% menor que o da safra passada. O relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos estados Unidos (USDA), divulgado no dia 12 de junho, trouxe poucas mudanças, ajustando apenas as produções da Rússia e da Ucrânia, que agora passam a 15,4 milhões de toneladas e 27,7 milhões de toneladas, contra respectivos 16 milhões de toneladas e 27 milhões de toneladas. A produção mundial e o consumo estão ambos estimados em 1,22 bilhão de toneladas. De acordo com a Conab, a colheita da 2ª safra de 2024 chegou a 7,5% da área nacional até o dia 9 de junho, acima dos 3,7% registrados na semana anterior. Especificamente no Paraná, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) do dia 10 de junho apontam que os trabalhos estão 13% adiantados em relação à temporada anterior, chegando a 13% da área colhida. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que a colheita alcançava 10,69% da área até o início da semana passada, avanço de 7,04% em relação à safra 2022/2023.

Os trabalhos da safra de verão (1ª safra 2023/2024) estão em 85,2% da área nacional, avanço semanal de 3,6%. Nos Estados Unidos, os preços são impulsionados pela valorização do petróleo, pelo clima seco na China, por estimativa de menor produção na União Europeia e por preocupações na Argentina, que tem suas lavouras castigadas pela cigarrinha-do-milho. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 registra valorização de 1,44% nos últimos sete dias, a US$ 4,58 por bushel. O contrato Setembro/2024 tem alta de 1,26% no mesmo comparativo, a US$ 4,63 por bushel. Quanto às lavouras, relatório divulgado no dia 10 de junho pelo USDA indica que 74% da safra estava em condições boas e excelentes; 21%, em médias; e 5%, entre ruins e muito ruins. Dos 95% do cereal semeado, 85% já emergiram, contra 84% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita chegou a 40,3% da área cultivada até o dia 13 de junho, avanço de 5,2% em relação à semana anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.