ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Aug/2024

Preços do milho avançando no mercado doméstico

As cotações do milho seguem avançando no mercado brasileiro, apesar da queda dos preços internacionais e da demanda externa ainda abaixo da verificada no ano anterior. As recentes recuperações têm sido influenciadas pela retração de vendedores, atentos à valorização do dólar frente ao Real, cenário que aumenta a paridade de exportação e pode elevar o interesse de negócios nos portos. Os preços nos portos estão em alta, mas o ritmo de negócios e de embarques brasileiros segue lento, porque os exportadores têm priorizado o recebimento de lotes negociados antecipadamente. Os consumidores domésticos com necessidade de reposição do milho acabam se deparando com valores de venda mais elevados. No entanto, parte deles ainda têm estoques e/ou entregas programadas do cereal a cotações menores, visto que esses lotes foram negociados nas semanas anteriores. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), registra alta de 0,9% nos últimos sete dias, com média de R$ 59,44 por saca de Kg.

Nos últimos sete dias, a alta é de 1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e, também de 1%, no mercado de lotes (negociações entre empresas). Na B3, a pressão vem da baixa nos valores internacionais e da ampla oferta brasileira com o avanço da colheita. Os vencimentos Setembro/2024 e Novembro/2024 apresentam baixa de 1,26% e 1,08% nos últimos sete dias, passando para R$ 60,57 por saca de 60 Kg e R$ 64,30 por saca de 60 Kg, respectivamente. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de julho, foram enviadas ao exterior 2,76 milhões de toneladas de milho, abaixo das 4,23 milhões de toneladas do mesmo mês de 2023. Para a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), a previsão de embarques em julho é de 4,73 milhões de toneladas; porém, considerando-se o ritmo diário de embarques, de 138 mil toneladas, e os 23 dias úteis do mês, o volume de exportação deve totalizar 3,17 milhões de toneladas. Quanto aos preços no spot, influenciados pela alta do dólar, seguem acima de R$ 60,00 por saca de 60 Kg nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP).

Os trabalhos de campo avançaram nos últimos dias, favorecidos pelo tempo seco na maior parte das regiões produtoras de 2ª safra. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 86% do milho 2ª safra de 2024 já foi colhido até o dia 28 de julho, avanços de 6,4% em uma semana e de fortes 29% em relação ao ano anterior. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita está praticamente finalizada, com 99,28% do cereal já colhido até o dia 26 de julho. Em Mato Grosso do Sul, as atividades chegaram a 65,9% da área também até o dia 26 de julho, conforme a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Quanto ao Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 29 de julho, apontam que 85% da área de milho 2ª safra de 2024 já havia sido colhida. Os contratos na Bolsa de Chicago estão pressionados, com o vencimento Setembro/2024 operando no menor valor desde a sua abertura, em dezembro/2021.

A pressão vem da melhora nas condições das lavouras nos Estados Unidos, o que pode elevar oferta de cereal de qualidade no país, além da alta disponibilidade do cereal no Brasil, com a colheita em ritmo adiantado nesta temporada. Com isso, o contrato Setembro/2024 acumula queda de 5,91% nos últimos sete dias, passando para US$ 3,82 por bushel. O contrato Dezembro/2024 tem recuo de 5,29% no mesmo comparativo, a US$ 3,98 por bushel. Quanto às lavouras nos Estados Unidos, conforme relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 28 de julho, aquelas consideradas boas ou excelentes correspondiam a 68% do total, acima do verificado na semana anterior, de 67% e ainda superior aos 55% registrados no ano passado. Na Argentina, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita do milho estava 92% concluída no dia 1º de agosto, com avanço semanal de 5,4%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.