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26/Aug/2024

Tendência é de alta para preços do milho no Brasil

A colheita de milho da 2ª safra de 2024 está praticamente finalizada na maioria das regiões produtoras no Brasil. Até o dia 18 de agosto, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 96,4% da área acional havia sido colhida, restando apenas os estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná. Neste contexto, os produtores estão reduzindo o volume de lotes ofertado no spot nacional, o que resulta em aumento nos preços do cereal na maior parte das regiões. As valorizações só não são tão intensas devido às demandas interna e externa enfraquecidas. Consumidores brasileiros seguem adquirindo de maneira pontual, apenas quando há necessidade e/ou é oportuno. As altas internas também são limitadas pelas quedas internacionais, que, por sua vez, estão sendo influenciadas pelas boas expectativas de oferta nos Estados Unidos.

É esse contexto, inclusive, que tem mantido a demanda externa abaixo da registrada no mesmo período de 2023. E os consumidores brasileiros, atentos a esse cenário, não acreditam em fortes valorizações internas do milho. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1,7% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta avanço 1,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 60,12 por saca de 60 Kg. O Indicador não fechava na casa dos R$ 60,00 por saca de 60 Kg desde o dia 9 de abril deste ano. Na B3, os futuros também estão sustentados. O vencimento Setembro/2024 está cotado a R$ 60,48 por saca de 60 Kg, alta de 0,45% nos últimos sete dias. O contrato Novembro/2024 se mantém estável, a R$ 63,40 por saca de 60 Kg. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o ritmo de embarques brasileiros de milho aumentou neste mês, mas segue abaixo do registrado em agosto de 2023.

Nos primeiros 12 dias úteis de agosto, as exportações totalizaram 3,22 milhões de toneladas, o que representa apenas 34% de todo o embarcado em agosto/2023 (9,36 milhões de toneladas). O ritmo diário de embarques está 18% inferior ao de agosto/2023, e, caso se mantenha desta maneira, o Brasil deve embarcar apenas 4,31 milhões de toneladas neste mês. Para Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), os envios de agosto podem somar 7 milhões de toneladas. Quanto aos preços nos portos, apesar da desvalorização externa, estão sustentados pela alta do dólar. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), nos últimos sete dias, as médias registram avanço de 1,1% e 3,2%, respectivamente. Com os trabalhos de campo na reta final, os produtores vêm indicando rendimentos inferiores ao das estimativas iniciais.

No Paraná, os produtores seguem com as atividades, apesar de preocupações com as geadas da semana anterior. Até o dia 20 de agosto, a área colhida estava em 98%, conforme aponta o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso do Sul, a colheita chegou a 91% da área até o dia 16 de agosto, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Para os estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, as áreas colhidas, até o dia 18 de agosto, somam respectivos 96%, 75% e 81%, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos Estados Unidos, as lavouras em desenvolvimento seguem apresentando boas condições, mantendo positivas as expectativas quanto à produção e à qualidade do cereal e pressionando os valores futuros do milho. Por outro lado, as quedas foram limitadas pela expectativa de menor produção na Argentina e pelo aumento na produção de etanol, que, na semana encerrada em 16 agosto, cresceu 2,5%.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2024 tem baixa de 0,93% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,71 por bushel. O contrato Dezembro/2024 registra recuo de 0,88% no mesmo período, a US$ 3,93 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou, no dia 18 de agosto, que 67% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições, acima dos 58% registrados no mesmo período de 2023. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita da safra 2023/2024 chegou a 98,7% da área nacional. Para a temporada 2024/2025, a área destinada ao cereal recuou 17%, somando 6,3 milhões de hectares. Essa queda é reflexo das preocupações com a possibilidade de pragas e de adversidades climáticas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.