29/Aug/2024

A divergência quanto aos preços mantém restrita a oferta de milho no spot nacional. De um lado, o produtor, confiante na demanda, segura estoques em busca de negociações mais vantajosas. Do outro, o comprador, respaldado pela expectativa de uma safra mundial recorde e pela necessidade de os produtores fazerem caixa e liberar espaço antes da colheita da soja. O cenário é de incerteza e de falta de diálogo entre as duas pontas. Fatores externos adicionam volatilidade às expectativas, especialmente o câmbio. Com uma cotação mais favorável, os preços sobem. O produtor tem capacidade de esperar, por enquanto.

Por outro lado, a indústria ainda tem estoque e consegue aguardar um momento de cotações mais baixas. A disputa entre vendedores e compradores de milho está acirrada no mercado interno, impulsionada pela capitalização dos produtores. No mercado de exportação, as compras ocorrem apenas em casos de extrema necessidade, com volumes limitados. Quando a demanda cresce, os compradores pagam o preço, mas muitos produtores continuam retendo os estoques, esperando preços mais remuneradores em setembro e outubro, quando as tradings enfrentam maior necessidade.

No Paraná, na região oeste, o mercado de milho segue travado, com os vendedores indicando entre R$ 2,00 e R$ 3,00 por saca de 60 Kg a mais do que o valor indicado pelos compradores, que estão dispostos a pagar R$ 61,00 por saca de 60 Kg CIF e R$ 58,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento em setembro. Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os preços do milho no mercado spot têm se mantido estáveis nos últimos 15 dias, entre R$ 50,00 e R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em outubro. O mercado está parado. Os produtores mais capitalizados esperam preços acima de R$ 55,00 por saca de 60 Kg. As negociações para a 2ª safra de milho de 2025 estão completamente paralisadas, com os produtores aguardando definições sobre custos de plantio e frete antes de estabelecer preços.