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13/Jan/2025

Tendência de alta para os preços do milho no País

Os preços do milho iniciaram 2025 em alta. O impulso vem do aquecimento na demanda e da retração de vendedores. Nem mesmo o início da colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) de milho e de soja tem sido suficiente para conter as recentes valorizações. Consumidores acreditavam que, com a colheita avançando, parte dos produtores poderia disponibilizar maior volume do cereal, devido à necessidade de liberar armazéns. No entanto, os vendedores estão atentos às necessidades de abastecimento de compradores priorizando os trabalhos de campo. Por enquanto, os produtores não mostram necessidade de liberar espaço nos armazéns. Nesse cenário, a oferta de milho no spot está limitada. O Indicador ESALQ/BM&F (campinas - SP) registra altas mais acentuadas, refletindo a demanda mais ativa e a redução das ofertas; os produtores pedem cotações maiores. Nos últimos sete dias, o Indicador avançou 1,9%, cotado a R$ 74,32 por saca de 60 Kg.

Regionalmente, as elevações mais significativas nos últimos sete dias ocorrem em Passo Fundo (RS), Rondonópolis (MT) e Triângulo Mineiro (MG), de 4,8%, 1,9%, 2,9%, respectivamente. Nos últimos sete dias, observa-se alta de 0,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Acompanhando as valorizações no mercado spot, os futuros negociados na B3 estão em alta. O vencimento Janeiro/2025 tem avanço de 0,89% nos últimos sete dias, passando para R$ 73,90 por saca de 60 Kg. Para o vencimento Março/2025, o aumento é de fortes 4,71%, a R$ 76,70 por saca de 60 Kg. As exportações, como esperado, seguiram lentas. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em dezembro, foram embarcadas 4,26 milhões de toneladas de milho, quantidade 10% inferior à de novembro/2024 e ainda 30% abaixo da de dezembro/2023. No acumulado da safra, entre fevereiro/2024 e dezembro/2024, os embarques somaram 34,9 milhões de toneladas, abaixo das 49,77 milhões de toneladas em igual intervalo de 2023.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que, de fevereiro/2024 a janeiro/2025, o Brasil deve exportar 36 milhões de toneladas, volume 34% menor que o de 2023/2024. Quanto aos preços no spot, a manutenção dólar acima de R$ 6,00 tem sustentado os valores nos portos brasileiros, mesmo com a demanda enfraquecida e com os futuros internacionais em queda. Com isso, nos últimos sete dias, as cotações apresentam alta de 0,3% no Porto de Paranaguá (PR) e de 3,8% no Porto de Santos (SP), com as respectivas médias passando para R$ 77,34 por saca de 60 Kg e R$ 78,30 por saca de 60 Kg. O dólar em alto patamar pode aumentar o interesse de vendas para mercado externo. Vale lembrar que a produção interna deve crescer em 2024/2025 e gerar excedente maior para exportação. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) tem avançado, sobretudo na Região Sul do País. Até o dia 5 de janeiro, as atividades somavam 1,1% da área nacional, segundo dados da Conab.

No Paraná, as chuvas registradas em dezembro favoreceram o desenvolvimento das lavouras, mas, nestes primeiros dias de 2025, o clima quente e o baixo volume de precipitações começam a deixar agricultores receosos. Ainda assim, a maior parte das lavouras está em boas condições (94%), com uma parcela (21%) em estado de maturação, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 6 de janeiro. Os produtores de algumas regiões, como Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Pato Branco já iniciaram a semeadura da 2ª safra de 2025. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, as áreas colhidas têm apresentado produtividades distintas. Algumas lavouras registram excelentes resultados e outras estão com produtividades inferiores. Boa parte das lavouras está nas fases de enchimento de grãos e de maturação. A colheita atingiu, até o dia 9 de janeiro, 8% do total da área, 5% abaixo do observado em período equivalente do ano passado.

Em Santa Catarina, a colheita somava, até o dia 5 de janeiro, apenas 1% da área estadual, abaixo dos 3% verificados no mesmo período de 2024, conforme dados da Conab. Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram o ano em queda, após atingirem os maiores patamares nas últimas semanas. A pressão vem de um movimento de correção, da ampla oferta do cereal norte-americano e das boas perspectivas para a produção na América do Sul. Na Bolsa de Chicago, os contratos Março/2025 e Maio/2025 apresentam baixa de 0,8% e 0,6%, a US$ 4,56 por bushel e a US$ 4,64 por bushel. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os produtores estão preocupados com a falta de umidade das lavouras semeadas tardiamente, mas as que foram implantadas anteriormente apresentam excelentes desenvolvimento. A semeadura, até o dia 9 de janeiro, totalizou 91,6% da área nacional esperada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.