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11/Feb/2025

Preços do milho estão firmes com ofertas restritas

O indicador Cepea do milho (base Campinas - SP) está acima dos R$ 76,00 por saca de 60 Kg, o que não era observado desde abril de 2023. A alta observada nos preços está relacionada aos atrasos na colheita da safra de verão e da semeadura da segunda temporada, sobretudo no Centro-Oeste brasileiro. Além da oferta atual restrita no Estado de São Paulo, produtores estão atentos às dificuldades logísticas, e, com isso, elevam os valores pedidos. Apesar dos preços altos, vendedores, que já dão prioridade à retirada dos campos da soja e à entrega de lotes da oleaginosa, afastam-se dos negócios no mercado spot, à espera de novas valorizações. Já compradores mostram interesse em adquirir volumes, mas têm dificuldade em pagar os valores altos. O ritmo limitado na colheita da safra de verão e no plantio da safra de inverno deve-se principalmente às chuvas em boa parte das regiões.

Apesar de ainda ser cedo, caso as precipitações sigam impedindo os trabalhos, a semeadura da segunda safra pode ficar fora da janela considerada ideal, o que, por sua vez, tende a prejudicar a produtividade das lavouras - até o momento, as estimativas ainda indicam possível produção acima da temporada anterior. Nos últimos sete dias, o indicador Cepea do milho subiu 2,2%. Nas praças da Sorocabana e de Mogiana, os avanços dos valores no mercado de lotes (negociação entre empresas) foram de 2,2% e de 1,9%, respectivamente. Já na média de todas as regiões acompanhadas, as elevações foram de 0,1% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,5% no de lotes. Em Mato Grosso, no mercado de milho disponível em Rondonópolis há pouca liquidez, com os produtores pedindo R$ 63,00 a R$ 64,00 por saca de 60 Kg FOB, com embarque imediato e pagamento em 30 dias. O vendedor quer esse valor, mas os compradores não estão pagando.

O mercado segue travado porque todos estão focados na colheita da soja. Os compradores tentam pressionar os preços para R$ 60,00 por saca de 60 Kg, mas os negócios não evoluem. Para o milho da 2ª safra, a situação é ainda mais complicada. As indicações estão em R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB, com embarque em julho e pagamento em agosto, mas não há interesse por parte dos produtores. O mercado está totalmente parado. Ninguém quer vender nesses valores, e as negociações simplesmente não acontecem. A indefinição climática e o atraso no plantio do milho 2ª safra, consequência do ritmo lento da colheita da soja, aumentam a cautela dos vendedores. Com um cenário de pouca oferta no disponível e um mercado futuro sem avanço, a expectativa é de que o milho siga travado nas próximas semanas. Enquanto a colheita da soja não avançar, o milho deve continuar em segundo plano. O mercado está quieto e sem grandes perspectivas de mudança no curto prazo.

No Paraná, na região de Campos Gerais, as indicações no mercado spot de milho se mantiveram entre R$ 70,00 e R$ 71,00 por saca de 60 Kg para embarque imediato e pagamento no início de março, mas vendedores pedem R$ 74,00 a R$ 75,00 por saca de 60 Kg nos mesmos prazos e condições. Além da queda de braço entre compradores e vendedores, chuvas durante toda a semana atrasaram a colheita da safra de verão e, consequentemente, interromperam a comercialização do grão. Para a 2ª safra, há indicações a R$ 70,00 por saca de 60 Kg CIF no Porto de Paranaguá, para entrega em agosto e pagamento em setembro. A falta de milho disponível também pode ter afetado as exportações. O Brasil exportou 3,594 milhões de toneladas de milho em janeiro, 26,3% a menos que os 4,876 milhões de toneladas de igual mês do ano passado. Na comparação com dezembro, quando o Brasil exportou 4,266 milhões de toneladas, houve decréscimo de 15,7%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.