24/Mar/2025
A colheita de milho da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e a semeadura da 2ª safra de 2025 estão intensas no Brasil e já dentro da média das últimas temporadas. No caso da safra de verão (1ª safra 2024/2025), o avanço das atividades vem elevando de forma pontual a oferta do cereal, o que passou a limitar o aumento dos preços em algumas regiões e a resultar em queda em outras, sobretudo nas que são produtoras da temporada de verão (1ª safra). De um modo geral, contudo, as altas nos valores ainda prevalecem, sustentadas pela retração de grande parte dos vendedores, que prioriza os trabalhos de campo e as entregas de lotes de soja. Especificamente em São Paulo, os preços seguem firmes, diante das dificuldades logísticas e da posição firme de vendedores, que estão à espera de novas valorizações. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 0,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 90,08 por saca de 60 Kg, retornando ao patamar de abril de 2022.
Nos últimos sete dias, as altas são de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No entanto, em regiões produtoras, como o Triângulo Mineiro (MG) e Mafra (SC), os preços apresentam baixa de 0,1% e 1,3% nos últimos sete dias. Na B3, os vencimentos futuros seguem em alta, impulsionados por preocupações com o clima e o andamento da segunda safra, pela posição retraída de vendedores e pela demanda aquecida por parte da indústria de etanol e do setor pecuário. Com isso, os vencimentos Maio/2025 e Jul/2025 estão cotados a R$ 80,33 por saca de 60 Kg e a R$ 72,86 por saca de 60 Kg, respectivamente, com elevações de 0,75% e de 0,79% nos últimos sete dias. Apesar da prioridade com os embarques de soja, as exportações de milho estão intensas, e o volume escoado em apenas oito dias úteis de março soma 612,92 mil toneladas, já superando em 43% toda a quantidade de março de 2024.
No entanto, a demanda aquecida não tem aumentado os valores no spot, pressionados pelo dólar. No Porto de Paranaguá (PR), o preço médio acumula baixa de 5,1% nos últimos sete dias, acompanhando a queda do dólar na semana passada. Até o dia 16 de março, a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) somava 40,1% da área nacional, acima dos 38,5% da média dos últimos cinco anos (de 2020 a 2024), de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Paraná, o tempo seco favorece a colheita de uma safra com produtividade elevada. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 84% da área do Estados havia sido colhida até o dia 17 de março. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS aponta que a colheita chegou a 74% da área estadual até o dia 20 de março e que, devido à estiagem durante o desenvolvimento das lavouras, houve queda de 3,5% na estimativa de produtividade do Estado. Em Santa Catarina, a colheita somava 63% da área até o dia 16 de março, segundo a Conab.
Para a 2ª safra de 2025, a semeadura chegou, até o dia o dia 16 de março, a 89,6% da área nacional, dentro da média dos últimos cinco anos, de 90,4%. Em Mato Grosso, a semeadura está praticamente finalizada, chegando a 99,48% da área estadual até o dia 14 de março, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). No Paraná, apesar das irregularidades das chuvas e das ondas de calor, até o dia 17 de março, a semeadura atingiu 91% da área, de acordo com o Deral/Seab. Em Mato Grosso do Sul, até o dia 14 de março, a semeadura somava 68,9%, 7% abaixo da média dos últimos cinco anos, conforme indica a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Nos Estados Unidos, os preços são impulsionados por estimativas indicando menores estoques de etanol de milho. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os estoques somam 26,6 milhões de barris, inferior aos 26,8 milhões de barris esperados por agentes.
Além disso, as exportações de milho dos Estados Unidos estão aquecidas, somando 1,5 milhão de toneladas na semana encerrada em 13 de março, volume 55% acima da semana anterior e 45% superior à média das últimas quatro semanas. No entanto, as altas são limitadas por preocupações com a possibilidade de tarifas retaliatórias, com a China e a União Europeia já anunciando taxas de 15% e 25% sobre o milho norte-americano. Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 apresentam leve alta de 0,8% e 0,7%, a US$ 4,69 por bushel e a US$ 4,75 por bushel, nessa ordem. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires elevou a estimativa de área destinada ao cereal. Agora, serão 7,1 milhões de hectares destinadas ao milho em 2024/2025, mas a produção segue mantida em 49 milhões de toneladas. Apesar do aumento da área, as condições climáticas desfavoráveis reduziram o potencial produtivo das lavouras. Quanto à colheita, até o dia 20 de março, somava 13,6% da área nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.