29/Apr/2025
O mercado de milho brasileiro segue pressionado neste fim de abril, diante da perspectiva de uma 2ª safra de 2025 melhor do que o esperado. O clima favorável consolidou boas condições nas lavouras de Mato Grosso e trouxe recuperação para áreas no Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul. A expectativa é de que Mato Grosso tenha uma produção superior a 50 milhões de toneladas de milho na 2ª safra de 2025, com o norte do Estado já com lavouras praticamente definidas. No Paraná, chuvas recentes melhoraram o potencial produtivo em regiões que enfrentavam déficit hídrico, reforçando o cenário de revisão para cima da produção nacional. Esse quadro de recuperação da 2ª safra de 2025 explica a sequência de ajustes nos preços na B3, que vem refletindo tanto o avanço do ciclo produtivo quanto o movimento sazonal de pressão típica do período de pré-colheita.
Ao mesmo tempo, o mercado internacional segue apoiado por vendas externas robustas dos Estados Unidos, mas isso tem pouco impacto no Brasil. Aqui, a melhora das condições climáticas pesa mais. A queda recente nas cotações da B3 é fruto desse recuo sazonal combinado com a expectativa de safra maior. Para os próximos dias, a tendência é de que o mercado interno siga acomodado, com produtores e compradores monitorando o desenvolvimento das lavouras e aguardando a aproximação da colheita. Os consumidores de milho se mantêm afastados do mercado spot nacional, à espera de oportunidades para adquirir novos lotes. Os vendedores, por sua vez, se mostram mais flexíveis nas negociações, sobretudo diante das boas expectativas para 2ª safra de 2025, que apresenta bom desenvolvimento e pode ser favorecida por chuvas. Diante desse cenário, os preços mantêm a trajetória de queda. Essa menor liquidez tem sido verificada mesmo com o preço do milho se mostrando mais atrativo que o da soja.
No Paraná, na região dos Campos Gerais, as indicações no mercado spot de milho estão entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento entre 20 e 30 dias. No Porto de Paranaguá, a indicação está entre R$ 77,00 e R$ 78,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em junho e pagamento em julho. A negociação ocorre de maneira pontual. Agentes do mercado monitoram o desenvolvimento da 2ª safra de 2025, visto que, caso se concretize o cenário de uma safra robusta, os preços podem ser pressionados pela maior oferta. A retirada temporária das retenciones na Argentina também pode acarretar maior entrada do grão argentino, ampliando a oferta e sendo mais um fator baixista no horizonte.
Em Mato Grosso, na região de Sorriso, a negociação no spot é fraca. O milho disponível praticamente não tem oferta e as poucas cargas negociadas são fechadas a R$ 74,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. O mercado segue travado pela falta de oferta e pela expectativa de preços mais elevados à frente. Para 2ª safra de 2025, a negociação é pontual. Para embarque em maio e pagamento em junho, há registro de negócios a R$ 55,00 por saca de 60 Kg FOB. Para embarque em junho, a indicação é de R$ 50,00 por saca de 60 Kg. Para embarques de agosto e setembro, a indicação é de R$ 46,00 por saca de 60 Kg FOB para agosto e de R$ 47,00 por saca de 60 Kg para setembro. Mas, os produtores indicam entre R$ 50,00 e R$ 52,00 por saca de 60 Kg. Além do preço, o produtor espera por novas chuvas para garantir a produtividade da 2ª safra de 2025 antes de avançar nas vendas.