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06/May/2025

Preços pressionados pela previsão de 2ª safra cheia

O mercado de milho inicia maio pressionado pela combinação de oferta elevada no Brasil e perspectivas favoráveis para a safra nos Estados Unidos. A colheita da 2ª safra de 2025 começa a ganhar ritmo ao longo deste mês e mais de 80% das lavouras estão em boas ou excelentes condições e, embora o ciclo atual seja mais tardio que o do ano passado, as chuvas em abril garantiram bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras. A safra deve confirmar um volume próximo a 100 milhões de toneladas, dentro de uma produção total estimada em 125 milhões de toneladas para a safra 2024/2025. Com o consumo doméstico projetado em 88 milhões de toneladas (sendo 57 milhões para ração e 21 milhões para etanol), o Brasil terá de exportar cerca de 42 milhões de toneladas para manter o balanço equilibrado. A pressão por competitividade vai ser grande no segundo semestre.

Do lado da demanda, destaque para o papel crescente do etanol como fator de sustentação de preços. A expansão das plantas e o início de operação de novas unidades industriais têm ampliado a relevância do setor de etanol para o mercado de milho. No mercado internacional, o cenário de curto prazo também é de suporte aos preços, com o aperto no balanço global. Porém, no médio e no longo prazo, a sinalização é de acomodação. A janela de exportação brasileira, prevista para entre junho e setembro, deve ser decisiva para formar os preços. A disputa por mercados com Argentina e Estados Unidos deve limitar reações positivas, sobretudo nos contratos de milho com vencimento entre julho e setembro, que tendem a se alinhar à paridade de exportação.

Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, há registro de negócios pontuais a R$ 76,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Para 2ª safra de 2025, a indicação de compra está entre R$ 47,00 e R$ 48,00 por saca de 60 Kg. No Paraná, na região de Guarapuava, o mercado disponível resiste ao recuo com negócios pontuais girando entre R$ 73,00 e R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, dependendo do comprador e do prazo de embarque. As negociações são voltadas à liberação de espaço ou ao cumprimento de compromissos pontuais. Alguns compradores indicam entre R$ 72,00 e R$ 73,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata, mas o produtor indica acima de R$ 75,00 por saca de 60 Kg. Para 2ª safra de 2025, o avanço da colheita nas regiões centrais pressiona os portos, mas ainda com pouca oferta interiorizada. As indicações de exportação estão em torno de R$ 69,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em agosto e pagamento no fim de setembro. A conta, no entanto, não atrai o vendedor: considerando fretes de R$ 6,00 a R$ 8,00 por saca de 60 Kg, a liquidação FOB interior fica abaixo dos R$ 63,00 por saca de 60 Kg. O vendedor prefere esperar para vender no segundo semestre, quando as posições da indústria podem voltar com mais força.