02/Jun/2025
Os futuros de milho fecharam em baixa na sexta-feira (30/05) na Bolsa de Chicago, refletindo a maior incerteza na situação do comércio mundial após os desdobramentos mais recentes da disputa tarifária entre Estados Unidos e alguns de seus parceiros comerciais. Na quinta-feira (29/05), um tribunal de apelações dos Estados Unidos aceitou recurso do governo norte-americano para suspender temporariamente a decisão de um tribunal federal que, no dia anterior, havia bloqueado o tarifaço do governo Trump. Há uma grande incerteza sobre quais serão as implicações destes acontecimentos para os mercados de commodities, especialmente porque o momento atual é de 'esperar para ver', enquanto os processos legais se desenrolam.
O vencimento julho do grão recuou 3,00 cents (0,67%), e fechou a US$ 4,44 por bushel. O contrato acumulou desvalorização de 3,37% na semana passada e de 6,62% no mês de maio. O início da colheita da 2ª safra de 2025 no Brasil também pesou sobre o grão, desacelerando as vendas norte-americanas fora de seu mercado cativo, o México. Na Argentina, a colheita avançou 1,7% na última semana, para 40,5% da área total estimada, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O rendimento médio nacional está em 8.000 quilos por hectare, e a estimativa de produção foi mantida em 49 milhões de toneladas. O recuo do petróleo, que diminui a competitividade relativa do etanol, também pressionou as cotações. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que exportadores venderam 916,7 mil toneladas de milho da safra 2024/2025, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 22 de maio. O volume representa recuo de 23% em relação à semana anterior e de 34% na comparação com a média das últimas quatro semanas. Para a temporada 2025/2026, foram vendidas 31 mil toneladas. A soma das vendas, de 947,7 mil toneladas, ficou próxima do piso das estimativas de analistas, que iam de 800 mil a 1,6 milhão de toneladas. O USDA informou também que exportadores relataram vendas de 210,56 mil toneladas de milho para destinos não revelados, sendo 145,56 mil toneladas para entrega em 2024/2025 e 65 mil toneladas para 2025/2026.