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02/Jun/2025

Tendência é de queda nos preços com a colheita

A oferta de milho vem aumentando no mercado doméstico, e a expectativa é de que a disponibilidade siga elevada nas próximas semanas, sobretudo por conta do início da colheita da 2ª safra de 2025. Esse cenário deixa os vendedores mais flexíveis nas negociações e os consumidores mais afastados das aquisições; estes demandantes compram apenas volumes para o curto prazo. No início da semana passada, notícias indicando a possibilidade de geadas em parte das regiões produtoras de milho até deram certo suporte aos valores, à medida que deixou os produtores cautelosos. Para as Regiões Sul, Sudeste e partes da Região Centro-Oeste, novas previsões indicam possibilidade de geadas e de baixas temperaturas nesta semana em áreas pontuais.

De qualquer forma, a perspectiva de ampla oferta no Brasil se sobrepõe e mantém os valores em queda. Nos últimos sete dias, os valores registram baixa de 0,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No acumulado do mês passado, os recuos foram intensos, de 9,2% no mercado de balcão e de 12,9% no mercado de lotes. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), está cotado a R$ 69,17 por saca de 60 Kg, forte retração de 2,9% nos últimos sete dias e de expressivos 13,7% no acumulado de maio. Trata-se do menor Indicador nominal desde outubro/2024. A média de maio ficou 12% inferior à de abril e é a mais baixa desde outubro/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de abril/2025).

No mercado futuro, os preços chegaram a subir no início da semana passada, impulsionados pela alta do dólar, mas voltaram a cair, pressionados pelas desvalorizações externas do milho e pela colheita da 2ª safra de 2025 no Brasil. Com isso, na B3, o contrato de Julho/2025 registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 62,72 por saca de 60 Kg; Setembro/2025 e Novembro/2025 estão cotados a R$ 63,72 por saca de 60 Kg e a R$ 67,54 por saca de 60 Kg, respectivamente, com desvalorizações de 1,4% e de 1,3%. A exportação, que tipicamente é a balizadora de preços no segundo semestre, atualmente se mostra pouco competitiva, tendo em vista os baixos valores nos portos. No Porto de Paranaguá (PR), a média de preço chegou a ficar próxima de R$ 4,00 por saca de 60 Kg abaixo do Indicador ESALQ/BM&F. Nos últimos sete dias, a queda é de expressivos 9% no Porto de Paranaguá.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, na parcial de maio (com 16 dias úteis), foram embarcadas apenas 37,33 mil toneladas de milho, bem abaixo das 413,37 mil toneladas exportadas em todo o mês de maio/2024. Considerando-se a atual média diária de embarques, o volume total escoado pelo Brasil chegaria a apenas 48,85 mil toneladas em maio. A colheita da 2ª safra de 2025 avança no Paraná e em Mato Grosso, com média nacional de apenas 0,3% até o dia 24 de maio, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Paraná, apesar das preocupações com a possibilidade de geadas, as atividades de campo avançaram. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que 1% da área havia sido colhida, atraso de 3% percentuais em relação há um ano. O Deral/Seab apontou a área do Estado em 2,72 milhões de hectares (aumento anual de 7,4%) e produção de 16,51 milhões de toneladas (24% maior que 2023/2024).

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima a produção de Mato Grosso em 48,88 milhões de toneladas, destas, apenas 0,31% foram colhidos até o dia 23 de maio, atraso de 1,63% em relação à temporada anterior. Quanto à safra de verão (1ª safra 2024/2025), a colheita somava 86,9% da área nacional até o dia 24, segundo a Conab, acima dos 83,2% da média dos últimos cinco anos. Os preços externos também estão pressionados pela expectativa de ampla oferta no Brasil e pelo bom progresso da semeadura nos Estados Unidos. A produção no país norte-americano deve ficar acima das 400 milhões de toneladas, o que seria um recorde.

Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Julho/2025 e Setembro/2025 registram recuos de 3,4% e 3,1%, a US$ 4,47 por bushel e a US$ 4,27 por bushel, respectivamente. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que, até o dia 25 de maio, a semeadura do cereal chegou a 87% da área estimada nos Estados Unidos, contra 81% do mesmo período de 2024. Na Argentina, o excesso de chuvas dos últimos dias reduziu o ritmo dos trabalhos de campo, que chegaram nesta semana a 40,5% da área colhida, avanço semanal de apenas 1,7%, conforme dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.