ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Jun/2025

Preços do milho pressionados pela 2ª safra 2025

Os preços do milho seguem em queda no Brasil, movimento que vem sendo verificado desde meados de abril. A baixa segue atrelada à retração de compradores, que apostam na continuidade das desvalorizações, fundamentados no aumento da oferta, especialmente diante do início da colheita da 2ª safra de 2025, e nas limitações na capacidade de armazenagem. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima produção de 99,8 milhões de toneladas, 11% acima da safra anterior (2023/2024). Além disso, as recentes quedas do dólar e dos preços externos reduzem a paridade de exportação e reforçam a pressão sobre as cotações domésticas. Ressalta-se que os valores do milho chegaram a registrar certa estabilidade no começo da semana passada, quando chuvas nas Regiões Sul e Sudeste reduziram o ritmo de colheita e mantiveram produtores mais cautelosos nas negociações. Esses agentes deram prioridade a entregas de lotes já contratados e limitaram a oferta no spot no período.

Neste contexto, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 68,96 por saca de 60 Kg, baixa de apenas 0,3% nos últimos sete dias. No mesmo período, no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas), as baixas são de 2,6% e de 1,7%, respectivamente. As desvalorizações mais intensas são verificadas em Rondonópolis (MT) e em Dourados (MS), de 9% e de 6,6%, onde a colheita da 2ª safra de 2025 foi iniciada. As negociações nos portos estão lentas, os embarques, enfraquecidos, e os preços, em queda. O valor do cereal negociado no Porto de Paranaguá (PR) registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias. Quanto aos embarques, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em maio (considerando-se 21 dias úteis), somaram apenas 39,92 mil toneladas, bem abaixo das 413 mil toneladas registradas em maio/2024.

Diante de chuvas, a colheita 2ª safra de 2025 foi interrompida em partes do Paraná e do sul de São Paulo. Até o dia 31 de maio, a colheita somava 0,8% da área nacional, avanço semanal de 0,5%, mas abaixo dos 2,1% da média dos últimos cinco anos, segundo dados da Conab. Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que a colheita chegou a 0,97% da área até o dia 30 de maio. A produção no Estado deve atingir 50,38 milhões de toneladas, alta de 3% em relação à estimativa anterior e 6,8% acima da temporada 2023/2024. No Paraná, relatório divulgado no dia 2 de junho pelo Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) aponta que 3% das lavouras haviam sido colhidas até a data. A Conab indicou que a colheita chegou a 5% no Maranhão e 1% em Mato Grosso do Sul. Quanto à safra verão (1ª safra 2024/2025), a colheita somava 89,6% da área nacional até o dia 31 de maio, segundo a Conab, acima dos 86,1% da média dos últimos cinco anos.

Nos Estados Unidos, o contrato de primeiro vencimento está pressionado pela expectativa de ampla oferta brasileira. A desvalorização é limitada pelas condições das lavouras nos Estados Unidos, que apresentaram piora em relação à temporada anterior, e pela valorização do petróleo. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 apresenta queda de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 4,39 por bushel. No campo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que, até o dia 1º de junho, a semeadura chegou a 93% da área estimada para os Estados Unidos, avanço semanal de 6%. Do total das plantações, 5% estão em condições ruins ou muito ruins; 26%, em médias; e 69%, em boas e excelentes, contra 75% no mesmo período de 2024. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires aponta que a colheita alcançou 43,8% da área, avanço semanal de 3,3%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.