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18/Jun/2025

Preço recua com combinação de fatores negativos

O milho brasileiro deve seguir pressionado nos próximos dias, pela combinação de fatores negativos no curto prazo, com a entrada da 2ª safra de 2025 recorde coincidindo com a queda do dólar, que reduz a competitividade das exportações. O milho tem uma pressão negativa dupla: dólar em queda, Bolsa de Chicago em queda, e muito milho na mão do produtor. As indústrias de ração e etanol estão fora do mercado. A 2ª safra de 2025 está superando expectativas de produtividade. A oferta elevada pressiona tanto a bolsa quanto os prêmios nos portos. O reflexo já aparece nos prêmios: o novembro, que chegou a pagar R$ 72,00 por saca de 60 Kg, hoje é negociado a R$ 67,00 por saca de 60 Kg. A pressão adicional vem do enfraquecimento do dólar, que limita os negócios de exportação.

Com o dólar abaixo de R$ 5,50, as tradings reduzem as compras, já que precisariam de alta significativa na Bolsa de Chicago para estimular novos embarques nas posições de outubro e novembro. O dólar abaixo de R$ 5,50 não estimula o movimento na exportação. As indústrias mantêm cautela. O setor de ração está acomodado, trabalhando com estoques em mãos, enquanto o setor de etanol aguarda para ver até onde o milho pode cair antes de voltar ao mercado. Apesar da pressão atual, os fundamentos de médio prazo permanecem sólidos. O déficit global de 31 milhões de toneladas em 2025 e 10 milhões em 2026 deve sustentar uma recuperação dos preços no segundo semestre. O milho está muito barato no mercado brasileiro. Há espaço para seguir exportando e crescer na demanda interna.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a oferta é restrita no disponível. Os poucos lotes ainda disponíveis no interior são de milho armazenado, com indicação entre R$ 53,00 e R$ 54,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em até sete dias. Para embarques em julho e pagamento no início de agosto, as indicações são de R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB, mas o vendedor está firme entre R$ 55,00 e R$ 56,00 por saca de 60 Kg. Para agosto, as indicações de compra ainda giram abaixo de R$ 50,00 por saca de 60 Kg, mas não há volume à venda. O produtor está esperando colher para ver qualidade, umidade e custo de secagem.

Em São Paulo, na região de Campinas, alguns compradores que enfrentaram atrasos no recebimento da 2ª safra de 2025 e estão de volta ao mercado buscando volumes pequenos para embarque imediato. Assim, as indicações chegam a até R$ 69,00 por saca de 60 Kg CIF, mas os vendedores indicam acima de R$ 70,00 por saca de 60 Kg. Nas posições FOB no interior de São Paulo, a indicação é de R$ 64,00 por saca de 60 Kg, para retirada imediata e pagamento em até sete dias. Mesmo assim, a liquidez é limitada. Os vendedores indicam entre R$ 66,00 e R$ 67,00 por saca de 60 Kg. Na exportação, as indicações estão em baixa com a combinação de dólar mais fraco e Bolsa de Chicago em queda. A indicação está entre R$ 63,00 e R$ 64,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá (PR), para embarque em julho e entre R$ 64,00 e R$ 66,00 por saca de 60 Kg CIF, para embarque em agosto e pagamento no fim de agosto. No Porto de Santos, a indicação está entre R$ 64,00 e R$ 66,50 por saca de 60 Kg, para embarque entre julho e agosto, mas sem interesse vendedor. O exportador está fora do mercado.