24/Jul/2025
Segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Porto de Santos (SP) liderou as exportações brasileiras de milho no primeiro semestre de 2025, com 1,76 milhão de toneladas embarcadas, à frente de São Francisco do Sul (SC) (1,21 milhão de toneladas), Paranaguá (PR) (793 mil toneladas) e Rio Grande (RS) (782 mil toneladas). Entre os terminais do Arco Norte, Barcarena (PA) movimentou 472 mil toneladas, ante 1,53 milhão de toneladas no mesmo período de 2024. Santarém (PA) caiu de 1,55 milhão de toneladas para 285 mil toneladas, e Itaqui (MA), de 600 mil toneladas para 492 mil toneladas. Apenas Itacoatiara (AM) se manteve estável, com 481 mil toneladas ante 409 mil toneladas no ano passado. Conforme o levantamento mensal, em termos de participação, o Arco Norte perdeu 22,4%, passando de 49,1% no primeiro semestre de 2024 para 26,7% em 2025. O Porto de Santos ficou com 27,2%, praticamente estável ante os 27% do ano anterior. O Porto de São Francisco do Sul avançou de 12,9% para 18,7%, o Porto de Paranaguá de 6,4% para 12,2%, e o Porto de Rio Grande de 0,9% para 12,1%.
A mudança na geografia do escoamento reflete a menor competitividade da rota amazônica, com impacto das limitações de infraestrutura, gargalos em armazenagem e instabilidade em fretes. A maior demanda doméstica também retira caminhões dos fluxos para exportação. A crescente dinamização e importância do mercado interno na composição da demanda estadual de milho influencia o mercado de fretes rodoviários. Mato Grosso originou 43,12% das exportações brasileiras no período. O volume total exportado pelo Brasil no primeiro semestre foi de 6,48 milhões de toneladas, 22% inferior ao de igual período de 2024 (8,35 milhões de toneladas). A redução no escoamento coincidiu com a intensificação da colheita da 2ª safra de 2025 e a necessidade de liberação de espaço nos armazéns, o que levou à antecipação de vendas. O excesso de oferta e os problemas logísticos nacionais estão obrigando muitos produtores, pelo menos momentaneamente, a tentarem vender suas produções, considerando ainda que a falta de armazenagem também contribui para a tendência de baixa.
A movimentação no Porto de Vitória (ES) se manteve estável, com 36 mil toneladas exportadas e participação de 0,6%. O Porto de Imbituba (SC) registrou alta relevante, passando de volumes residuais para 108 mil toneladas. Em Mato Grosso do Sul, que não exportou milho em junho, os fretes rodoviários subiram até 46% e as rotas utilizadas para exportação de soja priorizaram os portos de Paranaguá, Santos, São Francisco do Sul, Porto Murtinho e Rio Grande. A colheita da 2ª safra de 2025 deve aumentar a pressão logística nos próximos meses. Para junho e julho a alta nos preços deverá ser registrada de modo mais ampliado diante da entrada da oferta de milho, da necessidade de atendimento a compromissos previamente firmados e da disputa por caminhões. No cenário externo, as tensões comerciais e o aumento na estimativa de exportações dos Estados Unidos também contribuem para mudanças no fluxo. Para os próximos meses, a manutenção da vantagem competitiva dos portos do Sul/Sudeste dependerá da persistência dos gargalos no Arco Norte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.