24/Jul/2025
Os contratos futuros de milho encerraram esta quarta-feira (23/07) em baixa na Bolsa de Chicago, pressionados pela redução da produção de etanol nos Estados Unidos e pelo aumento dos estoques do biocombustível. O vencimento dezembro caiu 0,50 centavo (0,12%) e fechou a US$ 4,17 por bushel. A Administração de Informação de Energia (EIA) informou que a produção média de etanol foi de 1,078 milhão de barris por dia na semana encerrada em 18 de julho, queda de 0,8% ante a semana anterior e abaixo do piso das estimativas, de 1,080 milhão. Os estoques do biocombustível subiram 3,4%, para 24,4 milhões de barris, acima do teto das previsões.
A entrada da 2ª safra de 2025 brasileira no mercado amplifica a pressão sobre os preços. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita da 2ª safra de 2025 alcançou 55,5% da área plantada até o dia 20 de julho. Apesar de atrasos ante o ano anterior, quando 79,6% da área já havia sido colhida, a perspectiva é de produção recorde. As projeções do mercado para a oferta brasileira variam de 131,95 milhões de toneladas (Conab) até 150,3 milhões de toneladas (Agroconsult), indicando consenso sobre safra robusta que pressiona cotações internacionais. Os acordos comerciais dos Estados Unidos ofereceram suporte limitado ao milho. O Japão é importante comprador do milho norte-americano, mas há incertezas sobre os detalhes do acordo, limitando o potencial de altas expressivas.
As exportações ucranianas também pressionam o mercado. Nos primeiros 23 dias de julho, as exportações de milho da Ucrânia totalizaram 477.000 toneladas, contra 1.393.000 toneladas no mesmo período do ano passado. Traders aguardavam a divulgação do relatório da EIA sobre estoques e produção de etanol, considerado importante indicador da demanda por milho, já que cerca de um terço da safra doméstica americana é destinada à produção do biocombustível. Segundo a ADM Investor Services, os volumes foram baixos na sessão anterior devido às incertezas sobre o prazo de 1º de agosto para novas tarifas. O mercado reagiu aos acordos comerciais, mas os grãos permanecem sob pressão devido à perspectiva de safra norte-americana acima da média e safra recorde no Brasil.