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24/Jul/2025

Preços do milho sustentados e negociações lentas

O milho brasileiro continua entre pressões opostas no curto e médio prazos. De um lado, a perspectiva de safra recorde impõe fundamentos baixistas. De outro, a desvalorização do Real após as tarifas impostas pelos Estados Unidos tem oferecido sustentação aos preços domésticos. A dinâmica conjuntural favorece uma acomodação temporária, antes da entrada mais intensa da oferta com o avanço da colheita. O atraso nos trabalhos de campo ajuda a manter parte da oferta fora do sistema.

A paridade de exportação tende a ser o principal vetor de precificação no segundo semestre, à medida que os embarques ganham força. Apesar dos fundamentos de abundância, os contratos futuros se mantêm firmes. No mercado físico, a comercialização do milho segue travada em Cascavel (PR) e em Sinop (MT), mesmo com a colheita da 2ª safra de 2025 ganhando ritmo e os compradores ativos no mercado spot. Em ambas as regiões, os produtores seguram a oferta na expectativa de preços mais altos, aproveitando a demanda mais aquecida da exportação e o alívio logístico em algumas rotas de escoamento.

No Paraná, na região de Cascavel, as indústrias indicam entre R$ 50,00 e R$ 52,00 por saca de 60 Kg FOB, mas os vendedores resistem. No CIF Porto de Paranaguá, as indicações para embarques em agosto estão em R$ 65,00 por saca de 60 Kg, subindo para entre R$ 67,00 e R$ 68,00 por saca de 60 Kg, para embarque em setembro e outubro e pagamento curto. Os produtores próximos à ferrovia conseguem R$ 59,00 por saca de 60 Kg FOB para exportação, mas a maioria dos negócios ainda mira o mercado doméstico. Em Mato Grosso, na região de Sinop, a indicação é de R$ 46,00 por saca de 60 Kg, para embarque em agosto e pagamento à vista. A expectativa agora é de retomada da comercialização apenas se o mercado voltar para R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB, patamar considerado mais justo diante do avanço da colheita e dos custos logísticos. Os produtores se mantêm firmes.