28/Jul/2025
O Indicador do milho ESALQ/BM&F (Campinas - SP) vem reagindo nos últimos dias, mas ainda acumula queda de 4% na parcial de julho, com a média mensal ficando 7% inferior à de junho, em termos nominais. Ao mesmo tempo em que vendedores limitam as ofertas em regiões onde a colheita está mais atrasada, como em São Paulo, sustentando os valores, em outras localidades, sobretudo na Região Centro-Oeste, o ritmo acelerado das atividades de campo eleva a disponibilidade, pressionando as cotações. Além disso, agentes relatam que o aumento nos fretes reforça o suporte sobre os preços. Os valores estão em alta no mercado de lotes, refletindo a retração de vendedores, mas seguem em queda no mercado de balcão, devido ao aumento regional da colheita. Nos últimos sete dias, a variação é positiva em 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas negativa em 1,1% no mercado balcão (preço pago ao produtor). Regionalmente, Dourados (MS) e Rio Verde (GO) registram baixas de 0,5% e 0,6% nos últimos sete dias, enquanto em São Carlos (SP), há alta de 3,6% nos últimos sete dias.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) tem alta de 1,9% em igual intervalo, cotado a R$ 64,11 por saca de 60 Kg. Na B3, a alta dos preços internacionais no final da semana passada e a restrição da oferta em determinadas regiões seguem impulsionando as cotações. O contrato Setembro/2025 apresenta valorização de 2% nos últimos sete doas, a R$ 65,78 por saca de 60 Kg; o vencimento Novembro/2025 tem avanço de 1,5% no mesmo período, a R$ 68,78 por saca de 60 Kg. Vale ressaltar que as boas expectativas quanto às produções brasileiras e mundiais continuam restringindo os negócios, visto que parte dos consumidores sinaliza estar estocada e aguarda o próximo mês, com o aumento da colheita, para adquirir o cereal a patamares inferiores aos atuais. O ritmo dos embarques brasileiros de milho apresenta leve melhora nos últimos dias, mas o acumulado deste mês ainda segue menor que o registrado no mesmo período de 2024.
O baixo interesse para novas negociações nos portos mantém o volume enviado pequeno. Considerando os 14 dias úteis de julho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram exportadas apenas 990,16 mil toneladas do cereal, ante as 3,5 milhões de toneladas embarcadas em todo o mês de julho/2024. Quanto aos preços, nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), as médias acumulam alta de 0,5% e 1,1% nos últimos sete dias. No entanto, se comparadas as médias mensais de Paranaguá e Santos com a do Indicador, é possível notar que os valores nos portos estão apenas R$ 0,27 por saca de 60 Kg e R$ 2,00 por saca de 60 Kg superiores, respectivamente, fazendo com que produtores priorizem o mercado interno. O tempo seco na maior parte das regiões vem favorecendo a colheita de milho no Brasil, que chegou, até o dia 19 de julho, a 55,5% da área nacional, avanço de 13,8% em relação ao dia 12 de julho e ainda se aproximando da média dos últimos cinco anos, de 60,6%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que 77,26% da área prevista para a temporada foi colhida até o dia 18 de julho, avanço semanal de 19,7%, mas 19,36% abaixo do mesmo período de 2024. Em Mato Grosso do Sul, conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), a colheita atingiu 20,1% da área até o dia 18 de julho. Em Goiás e Minas Gerais, até o dia 19 de julho, as atividades correspondiam a 20% e 35% das respectivas áreas, enquanto, em São Paulo, o percentual colhido é 7% até a mesma data, de acordo com números da Conab. No Paraná, apesar dos problemas climáticos, as lavouras têm apresentado boas produtividades, e a colheita tem avançado, causando filas de descarregamento nas cooperativas, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Os trabalhos de campo chegaram a 53% da área estadual até o dia 21 de julho, avanço semanal de 13%. Alguns produtores já iniciaram os preparativos para a semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026).
Os futuros iniciaram a semana passada em queda, pressionados pela melhora do clima nas regiões produtoras de milho nos Estados Unidos e pela perspectiva de ampla oferta do Brasil. Por outro lado, as exportações norte-americanas do cereal deram impulso às cotações no final do período. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações na semana encerrada em 17 de julho somaram 1,37 milhão de toneladas, próximo ao teto estimado por analistas. Com isso, nos últimos sete dias, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Setembro/2025 e Dezembro/2025 apresentam, ambos, leve queda de 0,06%, a US$ 4,01 por bushel e a US$ 4,20 por bushel. De acordo com o relatório semanal Crop Progress, também divulgado pelo USDA, até o dia 20 de julho, 74% da safra de milho estava em condições boas ou excelentes; 20%, em situação média e 6%, entre ruim e muito ruim. Na Argentina, a colheita avançou 5,1% nos últimos sete dias, alcançando 84% a área nacional até o dia 24 de julho, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.