29/Jul/2025
Os futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago recuaram nesta segunda-feira (28/07), diante da perspectiva de ampla oferta global e da entrada acelerada da 2ª safra de 2025 brasileira no mercado. O contrato dezembro caiu 5,00 centavos (1,19%) e fechou a US$ 4,14 por bushel, na maior baixa diária em uma semana. Nos Estados Unidos, as condições climáticas continuam favoráveis ao enchimento de grãos. A AgResource destacou que o cenário é ideal para o desenvolvimento da safra, com chuvas regulares e temperaturas amenas previstas até meados de agosto. Com isso, ganham força as projeções de produção recorde, próximas de 400 milhões de toneladas. No Brasil, a colheita da 2ª safra de 2025 avança de forma consistente.
A AgRural estima que 68% da área do Centro-Sul já foi colhida, contra 55% na semana anterior. Os rendimentos seguem altos, reforçando a expectativa de uma safra histórica. No Paraná, no entanto, há relatos de gargalos logísticos: cooperativas pedem aos produtores que adiem a entrega do milho devido à falta de espaço para armazenagem, segundo relatos da Pine Agronegócios. A Argentina contribuiu com mais um fator de baixa ao mercado ao reduzir a alíquota de exportação do milho de 12% para 9,5%. A medida, somada ao avanço da colheita sobre 84% da área e à manutenção da estimativa de produção em 49 milhões de toneladas, amplia a oferta sul-americana disponível para exportação no curto prazo. O câmbio também pesou sobre a Bolsa de Chicago.
A valorização do dólar frente ao Real estimula os embarques do milho brasileiro, tornando o produto mais presente nos mercados internacionais. O milho brasileiro ainda não é competitivo frente aos concorrentes, mas pode voltar a ser caso os prêmios recuem nos próximos dias. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou vendas avulsas de 225 mil toneladas para o México e 229 mil toneladas para destinos não revelados, todos referentes à temporada 2025/2026. O volume inspecionado para exportação saltou 54,5% na semana, para 1,5 milhão de toneladas, o que limitou perdas maiores. Os fundos seguem pressionando o mercado. Segundo a CFTC, os investidores mantêm posição líquida vendida de 150.763 contratos, com redução semanal de 5,21%. No físico brasileiro, o mercado continua travado, com pouca movimentação mesmo diante do avanço da colheita.