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29/Jul/2025

Preço do milho sob pressão da colheita da 2ª safra

O mercado brasileiro de milho entra na última semana de julho ainda sob forte pressão da colheita da 2ª safra de 2025 e da falta de espaço para armazenagem, o que trava os negócios físicos. O Brasil é caro para exportar, a indústria está abastecida e não há prêmio suficiente para destravar o mercado. O alívio só virá quando os prêmios caírem e o milho nacional voltar a ser competitivo frente aos embarques da Argentina e dos Estados Unidos. Os preços refletem a elevação da oferta no interior e a dificuldade de escoamento para os portos. No Paraná, as cooperativas seguem com filas para descarregamento, e os produtores são orientados a segurar as entregas. Parte do milho colhido permanece em silos-bolsa ou armazéns próprios, à espera de melhores condições de comercialização.

A combinação de colheita irregular, pressão logística e falta de espaço físico impede maior fluidez nos negócios. As exportações continuam lentas. Com os preços nos portos praticamente no mesmo nível do interior e o dólar recuando, o incentivo à exportação segue baixo. Se não houver ajuste nos prêmios, os negócios continuam travados. Na região de Ponta Grossa, os negócios continuam lentos, com forte impacto da logística e distanciamento entre as pontas compradora e vendedora. As indicações variam entre R$ 60,00 e R$ 61,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em agosto. No CIF indústria, há relatos de negócios pontuais entre R$ 62,00 e R$ 63,00 por saca de 60 Kg, para pagamento até cinco dias úteis. Os produtores, no entanto, indicam acima de R$ 65,00 por saca de 60 Kg e seguram o produto à espera de reações nos preços.

O frete está com preços elevados. Está tudo travado com soja e milho ao mesmo tempo nos armazéns e portos. A disputa por caminhões entre as duas cadeias e o alongamento dos embarques nos portos elevaram os custos de transporte, principalmente nas rotas com destino ao Porto de Paranaguá. Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, o mercado é lento e o milho disponível gira entre R$ 45,00 e R$ 46,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento em agosto. Parte dos negócios é feita por produtores que evitam custos de armazenagem ou uso de silos-bolsa. Para 2ª safra de 2026, as posições seguem travadas. Os compradores indicam R$ 48,00 por saca de 60 Kg, enquanto os vendedores querem R$ 50,00 por saca de 60 Kg. A diferença é pequena, mas suficiente para travar o mercado.