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25/Aug/2025

Preços do milho sustentados no mercado interno

Mesmo com a colheita em fase final, o movimento de queda nos preços do milho está perdendo força, com algumas regiões chegando a apresentar leve alta. A sustentação aos preços vem da posição firme de vendedores e das valorizações nos portos, que, por sua vez, são influenciadas pela melhora no ritmo dos embarques e pelos avanços do dólar e das cotações externas. Parte dos vendedores está limitando a oferta no spot, se concentrando nas atividades de campo e no aguardo de melhores oportunidades. Outros que já estão com o cereal colhido e armazenado não mostram necessidade de venda imediata. Os compradores domésticos, por sua vez, priorizam o consumo dos estoques e/ou preferem guardar a entrega dos lotes negociações antecipadamente, contexto que limita maiores avanços nos preços internos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 64,03 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, as cotações apresentam avanço de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, impulsionados pelas valorizações do dólar e externa, o contrato Setembro/2025 tem alta de 2,9% nos últimos sete dias, a R$ 66,36 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2025 registra avanço de 3,9% no mesmo período, a R$ 69,40 por saca de 60 Kg. Após semanas consecutivas de embarques enfraquecidos, o ritmo das exportações brasileiras voltou a crescer, refletindo uma melhora na demanda externa. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 11 dias úteis de agosto, foram embarcadas 3,1 milhões de toneladas de milho, ainda abaixo do volume de agosto de 2024 (de 6 milhões de toneladas), mas com a média diária superando em 3% a registrada há um ano.

Caso esse ritmo se mantenha até o final do mês, as exportações brasileiras podem se aproximar das 6 milhões de toneladas, o que seria a maior quantidade deste ano. Com a demanda aquecida e o dólar em valorização, os preços nos portos de Paranaguá (PR) e em Santos (SP) registram avanço de, respectivamente, 1,8% e 4,5% nos últimos sete dias. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da 2ª safra de milho de 2025 já está praticamente finalizada em alguns Estados brasileiros e chegou a média nacional de 89,3% até o dia 16 de agosto, já superando os 88,7% da média das últimas cinco safras. Em Mato Grosso, de acordo com dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), resta apenas 0,3% da área para ser colhida. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita havia alcançado 86% da área estimada até o dia 18 de agosto, avanço semanal de 6%.

Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) aponta que a colheita alcançou 66,8% da área estadual até o dia 15 de agosto. Em Goiás e em São Paulo, apesar do atraso em relação à temporada anterior, o volume colhido chegou a 87% e 52% respectivamente, segundo os dados da Conab do dia 16 de agosto. Além dos trabalhos de campo com a 2ª safra de 2025, agricultores já deram início à semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026). No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, as condições climáticas favoráveis impulsionam este começo, que tem tendência de aumento de área. Até o dia 16 de agosto, a Conab aponta que 7% da área estadual havia sido semeada. Apesar da expectativa de safra recorde nos Estados Unidos, os preços estão em alta na Bolsa de Chicago. O impulso vem da forte demanda pelo grão norte-americano. Os Estados Unidos têm exportado nas últimas semanas volumes acima dos aguardados por agentes.

Com isso, na Bolsa de Chicago, o vencimento Setembro/2025 tem alta de 3,2% nos últimos sete dias, a US$ 3,87 por bushel. Para o Dezembro/2025, o aumento é de 3,6% no mesmo comparativo, a US$ 4,11 por bushel. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as lavouras de milho do país registram leve piora. Até o dia 17 de agosto, as áreas consideradas boas ou excelentes correspondem por 71%, queda de 1% frente à semana anterior, mas ainda acima dos 67% do mesmo período de 2024. Na Argentina, a safra 2025/2026 deve ser marcada por uma recuperação da área. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a área destinada ao cereal deve aumentar 9,6%, chegando a 7,8 milhões de hectares, o que seria a segunda maior da história. Quanto à temporada 2024/2025, a colheita chegou a 95,9% da área. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.