15/Sep/2025
Ainda que novas estimativas indiquem aumento na produção brasileira da safra 2024/2025, os preços do milho seguem registrando pequenos avanços na maior parte das regiões. A sustentação vem da firme demanda interna e da posição mais cautelosa de vendedores, que limitam o volume disponível. Os compradores estão ativos no spot, mas muitos evitam realizar aquisições envolvendo grandes volumes, atentos à elevada produção nacional na atual temporada e às exportações, que ainda registram desempenho abaixo da temporada anterior e que podem seguir lentas diante do início da colheita nos Estados Unidos. Além disso, a semeadura da safra 2025/2026 na Região Sul do País apresenta início satisfatório. Do lado dos vendedores, com a colheita da 2ª safra de 2025 praticamente finalizada, muitos se retraem, negociando apenas quando há necessidade de pagamento de dívidas e/ou para aproveitar preços mais atrativos em determinados momentos.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 0,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 64,97 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, há leve alta de 1,4% nos preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, influenciados pelas quedas do dólar e dos preços internacionais, os contratos futuros estão pressionados. O vencimento Setembro/2025 tem desvalorização de 0,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 65,19 por saca de 60 Kg. O contrato Novembro/2025 apresenta recuo de 1% no período, indo para R$ 67,96 por saca de 60 Kg. Apesar da perspectiva de aumento nos embarques de milho neste mês, o ritmo diário na primeira semana de setembro está 15% abaixo do registrado há um ano. Com isso, considerando-se os primeiros cinco dias úteis de setembro, foram embarcadas 1,29 milhão de toneladas, representando 20% de todo o exportado em setembro de 2024.
As estimativas da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) apontam que as exportações devem somar entre 6,2 milhões e 7,73 milhões de toneladas em setembro. No Brasil, as projeções divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 11 de setembro indicam novo aumento na produção brasileira 2024/2025, de 2% frente ao mês anterior e de 21% em relação à temporada passada (2023/2024), somando 139,69 milhões de toneladas. De 2024 para 2025, a safra de verão (1ª safra 2024/2025), a 2ª safra de 2025 e a 3ª safra de 2025 devem crescer, respectivamente, 8,6%, 24,4% e 8,5%, estimadas em setembro em 24,93 milhões de toneladas, 112,03 milhões de toneladas e 2,72 milhões de toneladas. Assim, considerando-se os estoques iniciais, a produção e as importações, a disponibilidade da temporada 2024/2025 passa a ser projetada em 143,28 milhões de toneladas. O consumo teve forte aumento de 7% entre as temporadas, impulsionado pela crescente produção de etanol de milho, passando a ser estimado em 90,46 milhões de toneladas.
As exportações também subiram, para 40 milhões de toneladas, e as importações, para 1,7 milhão de toneladas. Com isso, ao final da temporada, os estoques devem totalizar 12,81 milhões de toneladas, forte aumento frente às 1,8 milhão de toneladas em 2023/2024. Restando apenas São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná para finalizarem a colheita da 2ª safra de 2025, a média nacional até o dia 6 de setembro soma 98,3%, segundo a Conab. Até o dia 6 de setembro, a colheita em São Paulo somava 98% da área e, em Minas Gerais, 97%, de acordo com a Conab. Em Mato Grosso do Sul, a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que colheita chegou a 97,1% da área estadual até o dia 5 de setembro. No Paraná, o Departamento e Economia Rural (Deral/Seab) aponta que 96% da área havia sido colhida até o dia 8 de setembro. Para a safra verão (1ª safra 2025/2026), a Conab indica que a semeadura chegou a 28,2% até o dia 6 de setembro.
No Paraná, o Deral/Seab aponta que 24% das lavouras já foram semeadas, favorecidas pela umidade do solo, enquanto o volume de precipitações dificultou o avanço em partes do Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS. Nos Estados Unidos, os preços registram pequenas variações. Apesar do início da colheita de uma possível safra recorde, a demanda internacional segue aquecida. Com isso, na Bolsa de Chicago, o vencimento Setembro/2025 tem leve baixa de 0,19%, cotado a US$ 3,99 por bushel, e o Dezembro/2025 se mantém estável, a US$ 4,19 por bushel. A colheita nos Estados Unidos somava 4% da área até o dia 7 de setembro, 1% abaixo do observado no mesmo período de 2024, mas 1% acima da média dos últimos cinco anos, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita da safra 2024/2025 foi finalizada, enquanto a semeadura da temporada 2025/2026 alcançou, até o dia 11 de setembro, 3,8% da área. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.