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30/Oct/2025

Demanda interna deve sustentar preços em 2026

Segundo o Rabobank, o fortalecimento do mercado interno de milho no Brasil deve sustentar os preços do cereal em 2026, mesmo diante de uma safra norte-americana recorde que pressiona as cotações internacionais. A demanda doméstica deve alcançar 97 milhões de toneladas no próximo ano, crescimento de 7% em relação a 2025, impulsionada pela expansão da produção de etanol de milho e pelo aumento do consumo dos setores de aves e suínos. Mesmo com uma safra recorde de 142 milhões de toneladas em 2024/2025, os preços do cereal, em Reais, em Mato Grosso, ficaram, em média, 19% acima dos níveis de janeiro a outubro de 2024.

O que explica esse aumento, mesmo diante de uma produção tão alta, é a força do consumo interno. Essa dinâmica marca uma mudança estrutural: o consumo doméstico passou a ser o principal fator de formação de preço no Brasil, reduzindo a influência das pressões externas. O Brasil se tornou uma exceção no mercado global de milho. Enquanto Estados Unidos e Argentina ampliam a oferta e pressionam as cotações internacionais, o mercado doméstico brasileiro ganha protagonismo e passa a exercer maior influência sobre os preços internos. O produtor rural deve olhar com muito mais atenção para o mercado de milho, da mesma forma como já faz com a soja.

O etanol de milho é o principal vetor de crescimento da demanda interna. O consumo de milho para produção de biocombustível deve subir de 23 milhões de toneladas em 2025 para 28 milhões em 2026, volume equivalente a quase uma safra inteira de milho verão. A expansão é impulsionada pela entrada em operação de novas plantas industriais, especialmente na Região Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso e Goiás. O setor de proteína animal também sustenta esse movimento. Aves e suínos, responsáveis por 75% da demanda de milho para ração no Brasil, devem elevar o consumo em 2%, totalizando 69 milhões de toneladas em 2026.

As boas margens projetadas para esses segmentos continuarão impulsionando a absorção do cereal, em linha com a expansão da produção e do processamento. A robustez do mercado interno tende a limitar a competitividade das exportações brasileiras. O Rabobank projeta embarques de 37 milhões de toneladas em 2026, levemente abaixo das 39 milhões de toneladas previstas para este ano. Com o fortalecimento do mercado doméstico, o milho brasileiro perde um pouco de competitividade nas exportações. Esse movimento deve resultar em estoques de passagem mais volumosos, garantindo o abastecimento interno durante o primeiro semestre de 2026, período sazonalmente mais restrito em oferta.

Para a safra 2025/2026, o Rabobank projeta expansão de 2,2% na área cultivada, reflexo da rentabilidade observada em 2025. A produção total deve atingir 137 milhões de toneladas, sendo 27 milhões da safra de verão (1ª safra 2025/2026) e 110 milhões do milho 2ª safra de 2026. O volume representa queda de 3,5% em relação ao ciclo anterior, por causa da base comparativa elevada, já que 2024/2025 teve produtividades excepcionais em diversas regiões produtoras. Agora, o milho ganha mais relevância na composição da receita do agricultor, principalmente por conta desse protagonismo do mercado interno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.