24/Nov/2025
A retração de vendedores, que seguem focados nas atividades envolvendo a semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026), mantém firmes os preços do milho na maior parte das regiões. A demanda está pontual, com negócios ocorrendo conforme a necessidade de recomposição dos estoques. No mercado internacional, os preços estão em queda, influenciados por estimativas apontando maior produção mundial entre as temporadas 2024/2025 e 2025/2026. No entanto, as baixas foram contidas pela forte demanda internacional pelo grão dos Estados Unidos. O Indicador ESALQ/BM&F (região de Campinas - SP) tem leve avanço de 0,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 67,64 por saca de 60 Kg. No acumulado de novembro, no entanto, o Indicador registra alta de 2,3%. Nos últimos sete dias, os aumentos são de 0,1% no mercado de balcão (valor recebido pelo produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, com as negociações calmas no spot nacional, o contrato Janeiro/2026 tem leve desvalorização de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 70,89 por saca de 60 Kg.
O vencimento Março/2026 registra recuo de 0,4% no mesmo período, a R$ 72,28 por saca de 60 Kg. Na Bolsa de Chicago, os três primeiros vencimentos têm queda de 3% nos últimos sete dias. O contrato Dezembro/2025 está cotado a US$ 4,26 por bushel; Março/2026, a US$ 4,37 por bushel; e Maio/2026, a US$ 4,45 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) voltou a divulgar, no dia 14 de novembro, o relatório de oferta e demanda, que estava sem atualização desde setembro deste ano, devido à paralisação de parte do governo dos Estados Unidos. No relatório deste mês, o USDA diminuiu a produção mundial em comparação com setembro. O motivo seria a menor oferta dos Estados Unidos, mas compensada devido ao aumento da safra na União Europeia e no México. Vale lembrar que, apesar da queda na produção norte-americana frente ao relatório de setembro, a oferta dos Estados Unidos ainda deve ser recorde, agora estimada em 425,53 milhões de toneladas, ante 427,11 milhões de toneladas em setembro e 378,27 milhões de toneladas produzidas em 2024/2025.
No balanço, a produção mundial é estimada em 1.286,23 bilhão de toneladas na temporada 2025/2026, sendo 4,5% maior que a anterior. O consumo mundial foi elevado para 1.296,54 bilhão de toneladas, acima das 1.289,36 bilhão de toneladas projetadas no relatório de setembro. O crescimento deverá ocorrer no Brasil, União Europeia, México e Argentina. Com isso, o estoque de passagem terá queda de 3,5% entre as temporadas, agora estimado em 281,34 milhões de toneladas. Assim, a relação estoque/consumo de 21,9% é a menor desde 2012/2013, quando era de 16,4%. Nem mesmo a produção recorde e os estoques elevados nos Estados Unidos limitaram a queda dos estoques mundiais. Os embarques brasileiros estão mais intensos em novembro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de embarques está 7,6% acima da de novembro/2024. Com isso, em 10 dias úteis de novembro, foram embarcadas 2,67 milhões de toneladas de milho. Caso o atual ritmo seja mantido até o encerramento deste mês, as exportações brasileiras de milho podem somar 5 milhões de toneladas.
Quantos aos preços, apesar da desvalorização externa, o dólar sustenta as cotações nos portos. No Porto de Paranaguá (PR) e no Porto de Santos (SP), as altas são de 0,4% e de 0,3% nos últimos sete dias. A semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026) vem apresentando bom desenvolvimento nas principais regiões produtoras do País. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 15 de novembro, 52,6% da área havia sido semeada no Brasil, avanço semanal de 4,9%, mas leve atraso de 0,4% frente à média dos últimos cinco anos. No Paraná, até o dia 17 de novembro, das lavouras implantadas, 94% estão em boas condições e 6%, em médias, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Apesar das chuvas do início deste mês, a maior parte das plantas se recuperou, mantendo o potencial produtivo dentro do esperado. No Rio Grande do Sul, com os bons volumes de chuvas intercalados por dias de sol, o crescimento e a evolução das lavouras são favorecidos.
Até o dia 19 de novembro, a semeadura alcançou 84% da área estadual, sendo que, destas, 70% já estão em desenvolvimento vegetativo, acima dos 56% da safra anterior e dos 61% da média dos últimos cinco anos, de acordo com a Emater-RS. Em Santa Catarina, as baixas temperaturas ainda atrasam o desenvolvimento das lavouras, com a semeadura totalizando 97% da área, conforme dados da Conab de 15 de novembro. Em Goiás, a semeadura chegou a 12% da área estimada até 15 de novembro, contra 22% no mesmo período de 2024. Em São Paulo e Minas Gerais, a semeadura somava, respectivamente, 60% e 35% das áreas, segundo a Conab. Na Argentina, dados divulgados na quinta-feira (20/11), pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam que 37,3% da área havia sido semeada até a data, com 100% das lavouras em condições normais e excelentes, favorecidas pela umidade adequada do solo. Nos Estados Unidos, a colheita somava 91% da área até o dia 16 de novembro, 7% abaixo do observado no mesmo período de 2024, e ainda 3% inferior à média dos últimos cinco anos, segundo relatório do USDA. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.