12/Dec/2025
Segundo a StoneX, o relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe um recado importante para o mercado de milho: os estoques norte-americanos podem ficar mais apertados nos próximos meses. A revisão divulgada na terça-feira (09/12) elevou a projeção de exportações e reduziu os estoques finais para 51,53 milhões de toneladas, levando a relação estoque-uso para 12,5%. Esse movimento deixa o mercado sensível a qualquer ajuste na produtividade no relatório de janeiro. Se o rendimento cair para 11,6 toneladas por hectare em janeiro, os estoques descem para algo perto de 40,6 milhões de toneladas. Esse cenário seria suficiente para manter o milho norte-americano negociado entre US$ 4,25 e US$ 4,75 por bushel, e abrir espaço para movimentos mais fortes caso a nova safra enfrente problemas climáticos.
Essa faixa está de acordo com uma relação estoque-uso perto de 10%, nível historicamente associado a mercados mais firmes. A partir daí, qualquer questão com clima pode trazer alta. Para buscar preços próximos de US$ 5,00 por bushel, seria necessário sinais de aperto adicional na oferta ao longo do verão norte-americano e produtividade mais baixa. O fator área também pesa sobre a formação de preços em 2026. O USDA projeta redução do plantio de milho dos atuais 39,94 milhões de hectares para cerca de 38,45 milhões de hectares na próxima safra. A diminuição, considerando produtividade tendencial de 11,5 toneladas por hectare, representaria perda de mais 17,8 milhões de toneladas na produção potencial. Apenas com esse ajuste, os estoques poderiam recuar para algo entre 35,6 e 38,1 milhões de toneladas. É uma mudança grande no balanço.
O milho terá de disputar espaço com a soja no próximo ciclo, especialmente se o acordo comercial entre Estados Unidos e China avançar e aumentar o interesse chinês pela oleaginosa. Mesmo assim, o milho enfrenta concorrência do trigo nas rações e do farelo de soja, cuja oferta continua elevada devido ao ritmo forte de esmagamento. Mesmo que o milho fique altista, é difícil romper patamares mais altos sem o trigo e a soja acompanharem. Porém, há espaço para estratégias compradas no curto prazo, entrando no relatório de janeiro e nos meses de primavera e verão, só no caso de haver problemas climáticos nos Estados Unidos. Os produtores que precisaram vender antecipadamente por falta de espaço de armazenagem devem ter oportunidade de realizar novas vendas a preços mais elevados adiante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.