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15/Dec/2025

Preços do milho pressionados pela fraca demanda

Os valores do milho iniciaram a semana passada em patamares maiores, mas estão em baixa nos últimos dias, influenciados pelo enfraquecimento da demanda interna. Parte dos consumidores realizou compra antecipada e, diante disso, está afastada das negociações no spot. Além disso, estimativas seguem apontando oferta nacional elevada na safra 2025/2026, o que reforça a pressão sobre os valores domésticos. Do lado vendedor, muitos estão afastados das negociações, com expectativas de reação nos preços no começo de 2026, fundamentados na possibilidade do retorno dos compradores, após o recesso de parte das empresas no final do ano. No campo, o retorno das chuvas em importantes regiões produtoras trouxe alívio aos agricultores, que estavam temerosos quanto ao impacto do clima sobre o desenvolvimento das lavouras da safra de verão (1ª safra 2025/2026) e sobre a semeadura da 2ª safra de 2026.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) chegou a atingir R$ 70,00 por saca de 60 Kg nos dias 5 e 8 de dezembro, mas agora opera na casa dos R$ 69,00 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador registra recuo de 0,5%, cotado a R$ 69,62 por saca de 60 Kg. Esse movimento de queda também é observado em outras regiões, como Dourados (MS), Rio Verde (GO) e Sorriso (MT), onde as baixas nos últimos sete dias são de 0,5%, 3,2% e 1%, respectivamente. No Paraná, nas regiões norte e oeste, os valores se mantêm firmes, com leve avanço de 0,8% no mesmo período. Nos últimos sete dias, a alta é de 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Em relatório divulgado na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção da safra brasileira 2025/2026 em 138,87 milhões de toneladas, leve queda de 1,5% frente à da temporada anterior, mas ainda a segunda maior da série histórica da Conab, iniciada em 1976.

A produção da safra de verão (1ª safra 2025/2026) deve crescer 4%, passando para 25,9 milhões de toneladas, refletindo o aumento de 7% na área. Para a 2ª e a 3ª safras de 2026, estão previstas quedas de 2,4% e de 13% na produção, totalizando 110,46 milhões de toneladas e 2,5 milhões de toneladas, respectivamente. O consumo nacional e as exportações se mantiveram em 94,6 milhões de toneladas e em 46,5 milhões de toneladas entre as estimativas de novembro e dezembro, mas aumentaram 4% e 16% em relação às da temporada 2024/2025. Com isso, os estoques finais para janeiro/2026 são estimados em 13,53 milhões de toneladas, acima das 8,95 milhões de toneladas da média dos últimos cinco anos. Também na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) praticamente manteve as estimativas de produção para temporada 2025/2026: saíram de 1286,23 bilhão de toneladas em novembro para 1282,96 bilhão de toneladas em dezembro, refletindo as quedas na Índia, Canadá, Indonésia e Nigéria, mas compensadas pelo aumento da União Europeia e Rússia. Apesar da manutenção na comparação mensal, na anual o aumento é de 4,2%.

O consumo global também teve relativa manutenção na comparação mensal, ainda projetado em 1297,18 bilhão de toneladas. No entanto, o estoque final foi reajustado para 279,15 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque/consumo para a próxima temporada caiu para 21,8%, contra 23,5% na safra 2024/2025 e 25,5% da média das últimas cinco temporadas, o que mantém os preços internacionais firmes, apesar da oferta elevada. Nos portos brasileiros, os primeiros dias de dezembro foram marcados por uma melhora dos embarques brasileiros, apesar do ritmo enfraquecido de negociações no spot. Considerando-se os primeiros cinco dias úteis de dezembro, a média diária de embarques está expressivamente acima (70%) da registrada em dezembro/2024. Até o momento, foram embarcadas 1,72 milhão de toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No spot, a valorização do dólar frente ao Real sustentou os preços nos portos.

Os valores no Porto de Santos (SP) têm alta de 1,3% nos últimos sete dias e no Porto de Paranaguá (PR), de 3,2%. Nos Estados Unidos, os futuros são pressionados pela redução no ritmo das inspeções do cereal para exportação e pela melhora do clima na América do Sul (recentes chuvas na Argentina e no Brasil). Os contratos Dezembro/2025 e Março/2026 apresentam queda de 0,5% e 0,2% nos últimos sete dias, passando para US$ 4,35 por bushel e US$ 4,46 por bushel. No Brasil, a semeadura segue avançando dentre as regiões produtoras. Até o dia 5 de dezembro, a área semeada soma 71,3% do esperado, aumento de 5,4% em relação ao dia 29 de novembro e acima dos 69,1% registrados no mesmo período de 2024, segundo a Conab. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a semeadura registrou forte avanço, especialmente na região de Buenos Aires, atingindo, até o dia 11 de dezembro, 59,2% da área destinada ao cereal. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.