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16/Dec/2025

EUA: mercado monitora política de biocombustíveis

Segundo a Consus Ag Consulting, a indefinição sobre a política norte-americana de biocombustíveis para 2026, a resiliência da demanda por farelo de soja e um volume atípico de milho classificado como "recebido" nos dados de exportação dos Estados Unidos estão entre os principais pontos de atenção do mercado de grãos neste início de semana. A queda registrada na sexta-feira (12/12) teve origem em notícias vindas do governo dos Estados Unidos sobre a política de mistura de biocombustíveis. O governo norte-americano indicou que a política de mistura obrigatória de biocombustíveis para 2026 dificilmente será anunciada ainda neste ano, frustrando a expectativa do mercado. A falta de definição levou investidores a reduzirem posições, especialmente nos contratos ligados ao complexo da soja. A queda não está ligada a uma piora nos fundamentos tradicionais, como produção ou níveis de estoque, mas à ausência de sinalização clara sobre política pública. Não é porque os fundamentos básicos mudaram.

É uma questão de incerteza olhando para frente. Essa indefinição aumenta o nervosismo em um período sensível. O segundo ponto de atenção é o mercado de farelo de soja, que segue mostrando força apesar do cenário mais fraco para os preços do grão. Em setembro, as exportações norte-americanas de farelo somaram 1,32 milhão de toneladas, recorde para o mês. Os dados indicam que, nos últimos sete meses, os embarques também atingiram níveis recordes. Esse desempenho contraria parte das leituras mais pessimistas. Isso ocorre mesmo com o produto norte-americano sendo negociado de US$ 20,00 a US$ 30,00 por tonelada acima do preço de outros fornecedores globais. Mesmo assim, houve grandes vendas pontuais na semana passada. O farelo voltou a ter papel importante dentro do complexo da soja. Há muita discussão se é o óleo ou o farelo que está sustentando o complexo. Parece que, pelo menos por enquanto, o farelo está dando esse suporte.

O terceiro ponto envolve o milho e um dado específico divulgado nos relatórios semanais de exportação. Na semana passada, apareceram 250 mil toneladas de milho classificadas como "recebidas". O volume pode corresponder a vendas feitas anteriormente, mas não informadas, ou a milho que já está fisicamente nos estoques das grandes empresas e pronto para embarque. Pode ser Cargill para Cargill, ADM para ADM, Cofco para Cofco. Nesses casos, o milho pode ser exportado sem aparecer como nova venda nos relatórios tradicionais. Não se descarta que a China esteja por trás desse movimento. Mudanças recentes na estrutura das empresas de originação também ajudam a explicar o fenômeno. A Cofco poderia estar embarcando milho que já está em casa, e isso não apareceria como venda. Só apareceria como milho 'recebido' em um relatório pontual. Os fundamentos de demanda seguem firmes, mas a falta de clareza sobre políticas públicas e o aumento da incerteza deixam o mercado mais sensível neste período. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.