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16/Dec/2025

Futuros do milho caem com fracas vendas dos EUA

Os futuros de milho fecharam em leve baixa nesta segunda-feira (15/12) na Bolsa de Chicago, pressionados pela queda nas inspeções de exportação e pelo cenário de oferta global confortável. No entanto, um volume atípico classificado como "recebido" nos dados de exportação chamou a atenção do mercado e limitou as perdas. O vencimento março recuou 5,00 cents (0,23%), e fechou a US$ 4,39 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o volume de milho inspecionado para exportação caiu 9,1% em relação à semana anterior, totalizando 1,583 milhão de toneladas. No acumulado do ano-safra, as inspeções somam 22,5 milhões de toneladas, alta de 69% ante o mesmo período do ciclo anterior.

O USDA informou que exportadores privados reportaram vendas de 150,3 mil toneladas de milho para destinos não revelados, com entrega durante o ano comercial 2025/2026. Além disso, apareceram 250 mil toneladas de milho classificadas como "recebidas" nos relatórios semanais de exportação. Segundo a Consus Ag Consulting, esse volume pode corresponder a vendas feitas anteriormente, mas não informadas, ou a milho que já está fisicamente nos estoques das grandes empresas e pronto para embarque. Pode ser Cargill para Cargill, ADM para ADM, Cofco para Cofco. Não se descarta que a China esteja por trás desse movimento. Nesses casos, o milho pode ser exportado sem aparecer como nova venda nos relatórios tradicionais.

Mudanças recentes na estrutura das empresas de originação também ajudam a explicar o fenômeno. A Cofco poderia estar embarcando milho que já está em casa, e isso não apareceria como venda. Só apareceria como milho 'recebido' em um relatório pontual. A ampla oferta global continua pressionando as cotações. A consultoria Capital Economics destacou em relatório que espera maior pressão sobre os preços de grãos em 2026, devido à expectativa de fortes colheitas nos Estados Unidos, União Europeia e Austrália. O foco renovado da China na autossuficiência em grãos e melhorias na eficiência de ração devem conter qualquer recuperação sustentada na demanda de importação.