05/Abr/2021
A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com as cotações futuras ao redor dos US$ 14/bushel em Chicago, dólar acima de R$ 5,50 e oscilando até o patamar de R$ 5,70 e exportações ganhando ritmo no Brasil. A tendência é de preços sustentados no Brasil ao longo deste ano de 2021. Em caso de safra 2021/2022 recorde nos Estados Unidos em 2021/2022, as cotações futuras podem ceder durante o 2º semestre de 2021. O dólar segue volátil, mas fechou em alta antes do feriado. Na quinta-feira (01/04), o dólar encerrou em alta de 1,54%, cotado a R$ 5,7153. O dólar engatou trajetória de alta na primeira sessão de abril e véspera de feriado. Os preços da soja estão em alta no Brasil, influenciados pela firme demanda e pelo avanço nos valores externos da oleaginosa. No mercado internacional, o aumento nos valores é resultado da divulgação da primeira estimativa do USDA referente à área de grãos a ser cultivada em 2021/2022 nos Estados Unidos – que ficou abaixo das expectativas do mercado –, dos baixos estoques de soja naquele país e do excesso de umidade nas lavouras da Argentina que estão sendo colhidas.
A liquidez, entretanto, é limitada no spot nacional, diante da falta de cotas para embarcar soja – com indicações de melhorias para escoar o grão apenas a partir de maio. Com isso, o Indicador ESALQ/BM&F – Paranaguá subiu 1,4% nos últimos sete dias, para R$ 173,86 por saca de 60 Kg. A média de março foi de R$ 171,87 por saca de 60 Kg, a maior da série histórica, em termos nominais, sendo 3,3% superior à de fevereiro e 81% acima da de março de 2020. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 1,2% nos últimos sete dias, para R$ 166,42 por saca de 60 Kg. Os avanços foram de 1,8% na comparação mensal e de expressivos 86,5% na anual. Na média das regiões, nos últimos sete dias de março, os valores subiram 0,9% no mercado de balcão (pago ao produtor) e 1,3% no de lotes (negociações entre empresas). Em março, os aumentos foram de 3,5% no balcão e de 2,3% no disponível, e em 12 meses, de expressivos 95,2% e 92,0%, respectivamente. Apesar do adiantado ritmo de comercialização da safra 2020/2021 no Brasil, nos últimos dias, intensificaram-se os negócios para entrega no segundo semestre, período de cultivo da temporada 2021/2022, quando muitos terão necessidade de recursos para as despesas operacionais.
Com a expectativa de baixa disponibilidade, os prêmios de exportações para setembro/2021 estão em patamares elevados se comparados aos demais embarques. Esse cenário é atípico, uma vez que, de setembro para frente, as exportações de milho tendem a ser priorizadas. Enquanto o prêmio de exportação de soja para embarque em abril de 2021, por Paranaguá, está cotado a -US$ 0,15 por bushel, para setembro de 2021, a indicação é de até +US$ 1,60 por bushel. Os Estados Unidos devem plantar 35,45 milhões de hectares na temporada 2021/2022, a maior área desde a temporada 2017/2018 e 5,4% acima da safra anterior. O USDA também apontou que os estoques de soja norte-americanos somavam 42,5 milhões de toneladas até o dia 1º de março, 30,6% inferior ao volume estocado há um ano. Essa queda está atrelada ao aumento nas demandas doméstica, devido ao elevado consumo de óleo de soja, e externa. Segundo o USDA, na parcial desta safra, até março, os Estados Unidos exportaram 54,07 milhões de toneladas de soja, 71,6% superior ao escoado no mesmo período da temporada anterior.
Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2021 teve preço médio em março de US$ 14,14 por bushel, o mais alto desde junho de 2014, com altas de 2,4% sobre o mês anterior e de 62,8% sobre março de 2020. Quanto ao óleo de soja, na média de março, os preços subiram 16,4% frente a fevereiro. Em março, o contrato de primeiro vencimento do derivado teve preço médio de US$ 1.192,31 a tonelada na Bolsa de Chicago, mais que dobro do comercializado há um ano e o maior nominal desde setembro de 2012. O contrato de primeiro vencimento do farelo de soja, entretanto, recuou 4,7% em março. Entretanto, em 12 meses, os preços do farelo de soja subiram 31,9%. Na Argentina, após os baixos índices pluviométricos prejudicarem o desenvolvimento do grão, agora é o excesso de umidade que tem impedido a colheita da oleaginosa. Apenas 1% da área de soja foi colhida até o dia 30 de março, 7,1 pontos percentuais abaixo da área colhida no mesmo período do ano passado. A produção segue estimada em 44 milhões de toneladas de soja. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.