12/Abr/2021
A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro com a comercialização da safra nacional adiantada, prêmios em alta gradual nos portos brasileiros, cotações futuras sustentadas acima do patamar de US$ 14 por bushel, aumento do ritmo de exportações de soja em grãos e de farelo e dólar em patamares elevados. O dólar fechou a semana cotado a R$ 5,67, com valorização de 1,9% ante o dia anterior. Com 70% da safra 2020/2021 já comercializada, os produtores não mostram interesse em negociar grandes lotes a curto prazo. Os compradores domésticos, por sua vez, estão cautelosos nas aquisições, atentos às expectativas de safra recorde no Brasil. A produção nacional de soja deve ser recorde, estimada pela nossa Consultoria em 135,6 milhões de toneladas, 8,7% superior à safra passada. Além da maior área cultivada, de 38,5 milhões de hectares, a produtividade também deverá crescer, para 3,523 quilos por hectare, 4,3% acima da safra passada.
Isso se deve às chuvas no primeiro bimestre deste ano, que beneficiaram as lavouras em desenvolvimento. 79,1% da área nacional havia sido colhida até o dia 3 de abril, sendo 99,5% em Mato Grosso, 99% em Goiás, 95% em Mato Grosso do Sul, 90% em Minas Gerais e em São Paulo, 88% no Paraná, 75% em Tocantins, 69% em Santa Catarina, 60% no Maranhão, 55% no Piauí, 50% na Bahia e 27% no Rio Grande do Sul. O excesso de umidade em lavouras de soja em Mato Grosso prejudicou a produtividade, especialmente das últimas áreas colhidas. Por conta disso, deverá haver queda de 2,1% na produtividade de soja do estado em relação à safra 2019/2020. Nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, os produtores apontam aumento na produtividade em relação às temporadas passadas, as quais tinham sido prejudicadas pela seca. A previsão é de um consumo brasileiro de soja de 50,44 milhões de toneladas. Este aumento se deve às expectativas de maior consumo de farelo de soja pelos setores de carnes, de óleo de soja e de biodiesel. As exportações estão estimadas em 86,0 milhões de toneladas.
O Brasil exportou 13,490 milhões de toneladas de soja em março (recorde para um mês de março), mais de cinco vezes acima do volume escoado em fevereiro e 24,3% superior ao de embarcado há um ano. No primeiro trimestre de 2021, entretanto, as exportações de soja somaram 16,4 milhões de toneladas, 4% inferiores às do mesmo período de 2020. Essa queda se deve à menor disponibilidade do grão no primeiro bimestre deste ano, devido ao atraso na colheita de soja. 71,8% da quantidade embarcada pelo Brasil teve como destino à China. As exportações de farelo de soja somaram 1,23 milhão de toneladas em março, 18,5% superior ao escoado no mês anterior, mas 18,7% abaixo do de março/2020. No primeiro trimestre, os embarques desse subproduto somaram 3,29 milhões de toneladas, praticamente o mesmo volume de 2020.
Quanto ao óleo de soja, o Brasil escoou 102,2 mil toneladas em março, 45,5% superior à quantidade do mês anterior, mas 0,1% abaixo da de março/2020. No primeiro trimestre, as exportações desse coproduto somaram 172,6 mil toneladas, o maior volume para esse período desde 2018. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa de produção de soja da temporada 2020/2021, de 44 milhões de toneladas, para 43 milhões de toneladas. Com baixos rendimentos observados nas áreas colhidas, a produtividade está inferior às médias históricas. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,5%, cotado a R$ 174,71 por saca de 60 Kg.
A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ também registra alta de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 168,88 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram alta de 0,6%. Os preços do farelo de soja apresentam pequena queda de 0,1% nos últimos sete dias. Quanto ao óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso), o aumento é de 0,7% no período, com preço médio a R$ 7.353,26 por tonelada. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2021 da soja registra desvalorização de 1,5% nos últimos sete dias, indo para US$ 14,15 por bushel. O contrato Maio/2021 do farelo de soja acumula baixa de 3,9% no mesmo comparativo, indo para US$ 448,42 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja registra alta de 0,9%, a US$ 1.176,82 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.